LIVRO A VISÃO CELESTINA (JAMES REDFIELD)

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A VISÃO CELESTINA (JAMES REDFIELD)

A VISÃO CELESTINA
James Redfield
Editora Objetiva / 193 páginas

Uma seleção das melhores frases feita por Tom R. especialmente para o blog MAIS DE MIL FRASES DE EFEITO.
Se reproduzir este texto em algum outro veículo de comunicação, preserve os créditos acima.


O universo é planejado para responder à nossa consciência, mas ele nos dará de volta apenas o nível de qualidade que nós apresentarmos. Assim, o processo de descobrir quem somos e o que temos a fazer aqui, e aprender a acompanhar as misteriosas coincidências que podem nos guiar, depende, em grande parte, da nossa capacidade de permanecermos positivos e de encontrarmos o lado bom de todos os acontecimentos.

A QUALQUER MOMENTO podem acontecer coincidências significativas.

As coincidências podem se dar através da chegada oportuna de alguma informação que
desejamos, mas que não temos a menor idéia de onde conseguir, ou a percepção súbita de que a nossa experiência com algum passatempo ou interesse antigo era na realidade uma
preparação para conseguirmos um trabalho ou uma oportunidade. Não importam os detalhes da coincidência, sentimos que ela é improvável demais para ser resultado da sorte ou de um mero acaso. Quando uma coincidência nos chama a atenção, nós nos sentimos, mesmo que por um instante, impressionados pelo que aconteceu; de alguma forma sentimos que esses acontecimentos estavam fadados a ocorrer, estavam destinados a acontecer exatamente quando aconteceram, para mudar a nossa vida, dando-lhe uma direção nova e mais inspiradora.

Abraham Lincoln descreveu por escrito uma coincidência desse tipo, que aconteceu na
sua juventude. Na época, Lincoln sentia que tinha algo mais a fazer na vida do que ser fazendeiro ou artesão, como os outros moradores da sua comunidade no Illinois. Um dia, ele encontrou um vendedor ambulante que, visivelmente, passava por momentos difíceis e que lhe pediu que comprasse por um dólar um velho barril cheio de mercadorias, na maior parte sem valor. Lincoln poderia muito bem ter rechaçado o vendedor falido, mas em vez disso deu-lhe o dinheiro e guardou as mercadorias. Só mais tarde, ao limpar o barril, foi que Lincoln encontrou, em meio a latas e ferramentas velhas, uma coleção completa de livros jurídicos, nos quais estudou para se tornar advogado e seguir seu notável destino.

Poucos de nós conseguem olhar para o passado sem distinguir um padrão de sincronicidade nos acontecimentos misteriosos que concorreram para nos trazer à nossa carreira atual, ao nosso cônjuge atual, ou à rede de amizades e alianças nas quais confiamos; muito mais difícil, porém, é a percepção desses acontecimentos no presente, na ocasião em que eles acontecem. Já vimos que as coincidências podem ser impressionantes, mas também podem ser muito sutis e fugazes, e assim facilmente descartadas como mera casualidade — como mandava a antiga visão materialista.

OS SONHOS NOTURNOS
De todas as experiências de sincronicidade que podemos ter, os sonhos noturnos são talvez as mais nebulosas e difíceis de interpretar. No entanto a nossa cultura sempre foi fascinada por esses encontros noturnos; eles são o material de mitologia e profecia, e sabemos que, em certo nível, são importantes na nossa vida.

Como meu avô disse certa vez: "O segredo da vida é aprender a ser feito de bobo sem perder a pose."

Em resumo, o essencial no aprendizado de aproveitar os vários episódios de sincronicidade em nossa vida é ficarmos alerta e dedicarmos o tempo necessário para investigar o que está acontecendo. Para isso, cada um de nós precisa criar em sua vida uma quantidade suficiente daquilo que chamo de "tempo à deriva" — um tempo em que nada fazemos além de passear por todos os canais da televisão, folhear o jornal ou caminhar pela rua em estado de alerta para o mundo à nossa volta. Se você pensar num amigo, vá visitá-lo, veja o que acontece. A Internet é também uma fonte de informação nesse sentido. Temos que ter em mente, no entanto, que qualquer pessoa pode colocar qualquer coisa na Internet. Não há um editor ou uma verificação das informações para garantir sua veracidade, nem um responsável pelo conteúdo.

O nosso medo explica por que, durante tantos anos, os indivíduos que experimentavam fenômenos misteriosos — sincronicidade, intuição, sonhos proféticos, percepções extra-sensoriais, experiências no limiar da morte, contato com anjos, e tudo mais —, que sempre ocorreram na existência humana e até continuavam na era moderna, eram tratados com tanto ceticismo. Falar sobre essas coisas, ou até mesmo admitir que elas eram possíveis, colocava em risco a nossa teoria de que o mundo material era tudo que existia.

Segundo uma teoria de Einstein (...) se fôssemos viajar em linha reta numa direção, durante um prazo suficientemente longo, cobrindo uma distância suficiente, nós voltaríamos exatamente ao lugar de onde tínhamos partido. Assim, o espaço e o universo não têm fim, mas são finitos, limitados, como uma cápsula — o que traz a pergunta: o que é que existe do lado de fora desse universo? Outros universos? Outras realidades em outras dimensões?

Einstein demonstrou também a constância da velocidade da luz, independente do acréscimo ou da subtração de qualquer impulso. Por exemplo: quando estamos viajando de carro e jogamos uma bola para a frente, a velocidade da bola é a velocidade do carro somada à velocidade da bola depois de lançada. O mesmo não acontece com a luz: a velocidade da luz visível, assim como a de outros fenômenos eletromagnéticos, é de 186 mil milhas por segundo, mesmo se estivéssemos viajando a 180 mil milhas por segundo e acendêssemos uma lanterna virada para a frente. A velocidade da luz que sairia da lanterna não seria a soma da sua velocidade com a nossa, mas permaneceria constante em 186 mil milhas por segundo. Essa descoberta por si só, uma vez inteiramente compreendida, demole a antiga concepção de um universo mecânico.
Na sua teoria talvez mais revolucionária, Einstein afirmou também que a massa de um
objeto material e a energia que ele contém são na verdade intercambiáveis pela fórmula E = mc2. Em essência, Einstein mostrou que a matéria nada mais era do que uma forma de luz.

Na concepção de Darwin, as mutações ocorriam ao acaso na prole dos membros de todas as espécies, dando a esses descendentes traços ligeiramente diferentes. Se os traços se mostrassem vantajosos, esses indivíduos sobreviviam em número maior, e finalmente o novo traço tornava-se estabelecido como uma característica geral da espécie. Segundo Darwin, por exemplo, em alguns ancestrais da girafa o pescoço alongou-se, e como essa mutação mostrou-se vantajosa (dando maior acesso à comida), a taxa de sobrevivência da prole desses animais foi maior, até que finalmente todas as girafas passaram a ter pescoço comprido.
Num universo materialista e sem mistérios, não se podia conceber a evolução de outra
maneira; hoje, porém, identificamos várias falhas nessa teoria. Uma delas é que as mais recentes projeções mostram que um processo casual teria sido lento demais — para chegar ao estado atual, as formas de vida teriam levado muito mais tempo do que durou a sua evolução na Terra. Outro problema dessa teoria é que os fósseis não mostram os elos perdidos ou as criaturas de transição, que deveriam existir para demonstrar a mutação gradual da forma de uma espécie.
É certo que os organismos multicelulares seguiram-se aos organismos unicelulares, e os répteis e mamíferos só emergiram depois que os peixes e os anfíbios se desenvolveram; mas esse processo parece ter saltado de uma espécie inteiramente formada para a seguinte, com a nova espécie aparecendo ao mesmo tempo em diversos lugares do mundo. Os aspectos misteriosos do universo descrito pela nova física sugerem que talvez a evolução esteja se procedendo com mais propósito do que Darwin supunha.

Freud (...) concluiu que o comportamento da humanidade era motivado simplesmente pelo impulso de aumentar o prazer e evitar a dor.
Quando se critica qualquer ação possível oferecida por uma criança, ela se retrai para uma posição defensiva extremada, e desenvolve um padrão de reações exageradas, criado para responder ao ataque.

Estamos intimamente ligados ao universo e uns aos outros, e a nossa influência em nosso mundo, através dos pensamentos, é mais poderosa do que qualquer pessoa jamais sonhou.

Quando temos pensamentos negativos a respeito da aparência ou dos atos de outra pessoa; muitas vezes são opiniões que jamais expressaríamos diretamente, mas, como somos todos ligados, os pensamentos vão como punhais influenciar o conceito que a pessoa tem de si mesma, e talvez até mesmo a sua conduta.
Isso significa, é claro, que podemos também influenciar negativamente a realidade da
nossa própria situação com pensamentos inconscientes. Quando pensamos negativamente
sobre a nossa capacidade pessoal, a nossa aparência ou as nossas perspectivas de futuro, esses pensamentos influenciam de maneira bastante real o modo como nos sentimos e aquilo que acontece conosco.

Tudo nada mais é do que um campo de energia, de luz, todas as coisas interagindo e influenciando-se mutuamente — inclusive nós mesmos.
Na verdade, a maioria dessas descrições da nova realidade já foi confirmada pela nossa própria experiência. Todos nós temos, por exemplo, momentos em que podemos constatar que outras pessoas captaram nossos pensamentos, ou ocasiões em que sabemos o que outra pessoa sente ou está prestes a dizer. De modo semelhante, vivemos situações em que sabemos que alguma coisa está prestes a acontecer ou poderia potencialmente acontecer, e essas premonições muitas vezes são acompanhadas por pressentimentos que nos dizem aonde deveríamos ir ou aquilo que deveríamos fazer, para estarmos no lugar certo, na hora exata.

Quando pensamos positivamente, nos elevamos e elevamos os outros, e acontecimentos incríveis começam a ter lugar.

O Coitado de mim (...)
Sempre podemos perceber quando entramos no campo de energia de um Coitado de Mim, porque somos imediatamente atraídos para um tipo de diálogo que nos tira do nosso centro de equilíbrio. Começamos a nos sentir culpados sem motivo algum, como se estivéssemos sendo colocados nesse papel pela outra pessoa. Ela tanto pode dizer: "Bem, ontem esperei o seu telefonema e você não telefonou", como "Tanta coisa horrível me aconteceu e você tinha desaparecido". Pode até mesmo acrescentar: "Todas as outras coisas ruins que vão me acontecer e você provavelmente não estará por perto também."
Essas frases podem ser adaptadas para uma ampla gama de assuntos, dependendo do tipo de relacionamento que temos com a pessoa. Se for um colega de trabalho, o conteúdo pode se referir à sobrecarga de trabalho que ele está suportando porque você não está ajudando; se se tratar de um mero conhecido, ele pode simplesmente começar a falar sobre a vida ruim que leva. Existem dezenas de variações, mas o tom e a estratégia básica são os mesmos — sempre um apelo à solidariedade e a afirmação de que de alguma forma você é responsável.
A estratégia óbvia no drama do Coitado de Mim é nos desequilibrar e ganhar a nossa energia, criando em nós um sentimento de culpa ou dúvida. Ao assumirmos essa culpa, passamos a enxergar o mundo da outra pessoa através dos olhos dela, e de imediato ela sente a onda da nossa energia acrescentada à sua, e assim passa a se sentir mais segura.
Lembre-se que esse drama é quase totalmente inconsciente. Ele nasce de uma visão pessoal do mundo e de uma estratégia para controlar os outros adotadas no início da infância.

No mundo do Coitado de Mim, a única maneira de agir razoável é pedir simpatia através da culpa e de rejeições denunciadas.

Devemos avaliar se a culpa é justificada ou não. Certamente haverá em nossa vida muitas ocasiões em que devemos nos preocupar por termos decepcionado alguém, ou nos solidarizar com uma pessoa em situação difícil. Mas essa necessidade deve ser determinada por nós, não por outrem; só nós podemos decidir quando e até que ponto temos a responsabilidade de ajudar alguém.

Ninguém consegue sustentar um drama inconsciente se ele for alçado à consciência e colocado em discussão. Isso pode ser feito com uma afirmação como: "Sabe, neste momento estou com a impressão de que você acha que eu deveria me sentir culpado."

O Distante (...)
Podemos discernir claramente a estratégia do Distante: criar constantemente em torno de si uma aura de vaguidão e mistério, forçando-nos a gastar muita energia garimpando informações que normalmente deveriam ser fornecidas de maneira casual. Quando fazemos isso, estamos intensamente concentrados no mundo da pessoa, olhando através dos olhos dela, esperando compreendê-la melhor, e assim estamos lhe dando a carga de energia que ela busca.
Temos que nos lembrar, no entanto, de que nem todo mundo que se mostra vago ou se recusa a nos dar informações sobre si mesmo está utilizando o drama do Distante; a pessoa pode simplesmente desejar permanecer anônima por um motivo qualquer. Toda pessoa tem o direito à privacidade e a revelar aos outros apenas aquilo que desejar.
Entretanto, utilizar essa estratégia de distanciamento para adquirir energia é algo muito diferente. Para o Distante, trata-se de um método de manipulação que procura nos atrair, no entanto nos mantém à distância. Se concluirmos que a pessoa simplesmente não deseja conversar conosco, por exemplo — e assim passamos a prestar atenção em outra coisa — muitas vezes o Distante voltará a interagir conosco, dizendo alguma coisa destinada a nos atrair de volta à interação, para que a energia possa continuar fluindo em sua direção.

O Distante acredita que o mundo está cheio de pessoas a quem não se podem confiar informações pessoais; ele julga que a informação será usada contra ele mais tarde, ou servirá de base para críticas. E, como sempre, essas teorias irradiam-se do Distante e vão influenciar os tipos de acontecimentos que advirão, cumprindo a sua intenção inconsciente.

Lidando com o Distante
Para lidar de maneira eficaz com alguém que esteja usando o drama do Distante, temos
que nos lembrar de começar por enviar energia; enviando uma energia de amor em vez de nos tornarmos defensivos, aliviamos a pressão que faz com que a manipulação continue.

O Interrogador (...)
Nessa estratégia de manipulação, a pessoa usa a crítica para adquirir energia dos outros.
Na presença de um Interrogador sempre temos a impressão distinta de que estamos sendo fiscalizados. Ao mesmo tempo, temos a sensação de que nos coube desempenhar o papel de uma pessoa inapta ou incapaz de cuidar da própria vida.
Temos essa sensação porque o indivíduo com quem estamos interagindo nos puxou para uma realidade onde ele sente que a maioria das pessoas está cometendo erros enormes na vida, e que cabe a ele corrigir essa situação. O Interrogador pode dizer, por exemplo: "Sabe, você não se veste de maneira adequada para o seu tipo de trabalho", ou "Já percebi que você não limpa muito bem a sua casa". Com a mesma facilidade, a crítica poderia visar o nosso desempenho profissional, o modo como falamos ou uma ampla gama de características pessoais. Não faz diferença — qualquer coisa funcionará, contanto que a crítica nos desequilibre e nos deixe inseguros.

O Interrogador acredita que o mundo só será seguro ou organizado se ele estiver vigiando o comportamento e a atitude de todas as pessoas, e fazendo correções. Nesse mundo ele é o herói, o único que presta atenção e se encarrega de providenciar para que as coisas sejam feitas com cuidado e perfeição. Geralmente o Interrogador vem de uma família onde as figuras do pai e da mãe eram distantes ou não cuidavam das necessidades dele; na insegurança desse vazio energético, o Interrogador captava atenção e energia da única maneira possível: apontando erros e criticando o comportamento da família.

Lidando com o Interrogador
Lidar com o Interrogador é uma questão de manter-se suficientemente centrado para lhe fazer ver como estamos nos sentindo em sua presença. Também aqui o segredo é não assumir uma postura defensiva, e enviar energia de amor, enquanto explicamos que ele nos faz sentir vigiados e criticados.

Mais uma vez, precisamos considerar a possibilidade de estarmos equivocados, ouvindo críticas onde elas não existiram. Se, por outro lado, temos certeza dessa percepção, então podemos apenas expressar a nossa posição, esperando que possa surgir um diálogo verdadeiro.

Se tivermos a certeza da nossa posição, poderemos citar vários exemplos de que as críticas do Interrogador foram desnecessárias ou feitas de maneira errada.

O Intimidador (...)
Podemos perceber que entramos no campo energético de tal pessoa porque não apenas nos sentimos exaustos ou constrangidos; sentimo-nos ameaçados, talvez até mesmo em perigo. O mundo se torna sinistro, ameaçador, descontrolado. A pessoa que utiliza essa estratégia dirá e fará coisas que sugerem que, a qualquer momento, ela poderá explodir de raiva ou tornar-se violenta. Ela pode narrar casos em que feriu outras pessoas, ou demonstrar a extensão da sua raiva quebrando móveis ou arremessando coisas.
A estratégia da pessoa intimidadora é ganhar a nossa atenção e assim a nossa energia, criando um ambiente em que nos sentimos tão ameaçados, que lhe damos toda a nossa atenção: quando alguém nos dá a impressão de que pode perder o controle ou fazer algo perigoso, nós fazemos questão de observá-la atentamente. Se estamos conversando com uma pessoa assim, geralmente evitamos discutir o ponto de vista dela. Naturalmente, quando olhamos nos olhos dela, tentando discernir (para a nossa própria segurança) o que ela poderá fazer, ela recebe a carga de energia de que necessita tão desesperadamente.
Esta estratégia de intimidação geralmente tem origem num passado de severa carência energética, mais comumente envolvendo relacionamentos com outros Intimidadores que são dominadores e abusados, e onde nenhuma outra estratégia para recuperar a energia iria funcionar. Não adiantaria prender as pessoas na armadilha do Coitado de Mim — ninguém se importa. Certamente tampouco vão perceber se a pessoa estiver bancando o Distante. E qualquer tentativa de ser um Interrogador é recebida com raiva e hostilidade. A única solução é suportar a falta de energia até ser suficientemente grande para que a pessoa seja, por sua vez, um Intimidador.
O mundo que o Intimidador enxerga é um mundo de violência e hostilidade; um mundo no qual cada pessoa está perdida num supremo isolamento, onde todos rejeitam e ninguém se importa — e é exatamente isso que essas teorias trazem para a vida do Intimidador.

Lidando com o Intimidador
O confronto com o Intimidador é um caso à parte. Por causa do perigo, na maioria dos casos, é melhor simplesmente manter distância. Se existe um longo relacionamento com o Intimidador, em geral o melhor a fazer é colocar a situação nas mãos de um profissional. O plano de ação terapêutico, naturalmente, é bem parecido com os dos outros dramas. O sucesso com esse tipo de pessoa exige que lhe seja dada a sensação de segurança; é preciso transmitir-lhe energia de apoio e fazer com que tome consciência da realidade do seu drama. Infelizmente há muitos Intimidadores por aí que não recebem ajuda e vivem em estados alternados de medo e raiva.
Muitas dessas pessoas terminam às voltas com a Justiça, e certamente é sensato mantê-las fora da sociedade. Mas um sistema que as mantém presas sem qualquer intervenção terapêutica e depois torna a libertá-las não compreende nem alcança a raiz do problema.

Os dançarinos relatam a mesma sensação de expansão de consciência que os atletas experimentam no esporte, especialmente a sensação de suprema coordenação muscular. Além disso, muitas pessoas descrevem uma espécie de experiência extática durante uma sessão de dança livre na qual os movimentos são espontâneos e os pensamentos são afastados para bem longe. Durante esses movimentos, parecemos ser a própria dança, expressando um aspecto interior do nosso ser que sentimos que é o nosso Eu superior.

É claro que em certo sentido todos os lugares do nosso planeta são sagrados, e a transformação mística pode acontecer em qualquer local; no entanto, ao longo da História certos locais mostraram-se especialmente propícios a tais estados de consciência mística.
Em geral esses locais têm características físicas muito específicas. Em primeiro lugar, são quase sempre incrivelmente belos; podem ser cachoeiras, florestas como grandes catedrais ou amplas paisagens ao longo de picos de pura rocha e deserto. Ou podem estar cheios de artefatos ou ruínas que guardam a energia de povos antigos. De qualquer maneira, alguma coisa na majestade e no ser físico do local eleva e amplia a nossa consciência interior.
Tudo que temos que fazer é caminhar para o local; se nos mostrarmos minimamente abertos, começaremos a nos sentir diferentes, mais do que nós mesmos. Sentimo-nos fisicamente unos com tudo à nossa volta e com toda a criação — uma sensação que enche o nosso interior de segurança, bem-estar e sabedoria.

As disciplinas de movimento da ioga, da dança e das artes marciais são (...) propícias à transcendência interior. Elas nos permitem experimentar a gravidade de uma maneira nova, liberando a energia interior e, quando ela vem totalmente, nós nos sentimos expandidos a tal ponto, que o nosso corpo começa a tomar uma postura perfeita — a cabeça se ergue e a nossa espinha se distende; nossas costas ficam mais fortes, eretas por sua própria energia, e não por causa de um esforço muscular intencional.
A sensação de leveza é uma indicação precisa de uma experiência mística. É uma coisa que podemos medir; sabemos que quando transcendemos começamos a nos sentir mais leves, como se um canal de energia espiritual dentro de nós estivesse nos inflando.

Precisamos manter a disciplina de uma prática regular de oração, meditação ou movimento com o propósito de recuperar e intensificar a euforia do estado místico.

Só conseguiremos abandonar por completo os dramas de controle que encetamos, e lidar com as próprias manipulações, quando adquirirmos energia e segurança interior suficientes. Isso é algo que só a experiência mística pode nos dar.

Alguns pais sugam inconscientemente a energia de seus filhos pequenos, forçando-os a moldar seus próprios dramas para poderem se defender. Por exemplo, um Coitado de Mim pode estar sempre diminuindo o filho por este não ajudar em casa, ou até mesmo culpá-lo por seus problemas, dizendo algo como: "Se eu não tivesse você, poderia ter ido longe na minha carreira." O pai Distante mostrar-se-á ausente, insinuando que seu amor não é incondicional. Um Questionador irá encontrar defeitos constantemente. E um Intimidador criará um clima de medo.
Quando crianças, a princípio acreditávamos nesses dramas, permitindo que nossa energia fosse sugada. Mas em certo ponto nossas defesas foram estimuladas e começamos a desenvolver nossa própria estratégia para fazer cessar a perda de energia e auto-estima. Para com o Coitado de Mim e o Distante, em geral desenvolvemos uma postura de Questionador, combatendo o sentimento de culpa ou reprimindo o distanciamento com uma crítica de determinada característica ou atitude que encontramos neles. Para com um Questionador, podíamos questionar de volta, ou adotar a fachada indiferente do Distante.
O caso do Intimidador é mais complexo. Quando a situação da criança é de abuso e medo, a maioria reage a princípio com o drama do Coitado de Mim. Se o Intimidador aceita a culpa e começa a dar energia de volta, a coisa acaba aí. Mas se a atitude de Coitado de Mim não funcionar, o único recurso contra essa ameaça mortal que é o furto de energia é a criança virar ela própria um Intimidador — às vezes contra aqueles que tentam intimidá-la, porém com freqüência contra crianças menores ou pessoas com menos poder.

Acredito que a verdadeira questão a respeito da experiência familiar na infância deveria ser: por que escolhi nascer nesse lugar, com esse elenco de personagens? O que é que eu poderia ter em mente?

É preciso lembrar que a família onde nascemos foi o ambiente em que cada um de nós aprendeu como era o mundo e o que era esperado de nós como seres humanos. Uma criança precisa aprender tudo — não apenas o nome de cada objeto no universo, mas também o significado desse objeto na vida humana. Para aprendermos, foi-nos preciso observar de perto o modo como nossos pais ou as pessoas que nos criaram interpretavam esse vasto mundo. Isso significa que passamos a primeira década da nossa vida enxergando o mundo através dos olhos dos nossos pais, vendo as descrições, as reações emocionais e a criatividade deles. E, como já sabemos, essa identificação dá forma e estrutura à nossa primeira visão do mundo.
Para descobrirmos a razão espiritual de termos nascido com os pais que temos, precisamos estudar profundamente quem eles eram, como enxergavam o mundo e — talvez o mais importante — quais eram os sonhos deles, realizados ou não.

Da influência da família na minha infância, passando por todas as curvas e volteios da sincronicidade, os becos sem saídas, os erros e os sucessos — como resultado de tudo isso, o que é que estava sendo preparado em mim para eu dizer ao mundo? Que verdade, única para mim e para a minha experiência, posso agora passar para os outros a respeito da possibilidade de ter uma vida mais plena e espiritual?

As coincidências (...) parecem estar sempre nos empurrando para algum destino especial.

Lembre-se: o universo reage às nossas intenções. Os nossos pensamentos e as nossas crenças irradiam-se para o mundo como orações, e o ambiente tenta nos dar aquilo que aparentamos desejar. O essencial é mantermos elevada a nossa energia e usarmos o poder das nossas intenções de maneira positiva.

Quando mandamos a outra pessoa a energia do amor, nós nos tornamos o canal para uma energia que tem origem na fonte divina e se move através de nós, como uma xícara que se enche e transborda para as outras. Muitas vezes uma das maneiras mais rápidas de recuperar nossa ligação interior com o divino, quando nos sentimos alijados, é exaltar outra pessoa.

A pessoa de quem devemos depender para nos sentirmos inteiros é o divino que encontramos dentro de nós mesmos, e isso não significa egoísmo ou afastamento do resto da sociedade. Aliás, eu diria que só poderemos nos envolver de maneira saudável com o resto da sociedade quando incorporarmos toda a nossa energia interior.

Harville Hendrix: “Enquanto estivermos esperando que a nossa energia nos venha de outra pessoa, estaremos aprisionados em relacionamentos que nada mais são do que arenas para disputas de poder”.

Se somos solteiros, várias pessoas virão procurar em nós a união co-dependente, mas se ficarmos passando de uma pessoa para outra, nada ganharemos. Somente evitando o relacionamento, poderemos obter tempo suficiente para fortalecer nossa ligação interior e ganhar energia para conseguirmos encontrar um companheiro ou companheira mais condizente conosco.

As crianças têm que ser reprimidas quando estiverem maltratando outras ou ignorando as realidades do mundo. Os pais precisam ensinar aos filhos com uma espécie de amor severo. Os nossos filhos vêm a nós para aprenderem a conviver — para se socializarem — e falhar nessa lição é não cumprir o nosso papel para com eles. Devemos encontrar um modo de ensinar as conseqüências aos nossos filhos sem oprimi-los.

Outro problema pode ocorrer nas famílias quando a mãe ou o pai faz da criação dos filhos uma carreira. (...) estou falando daquelas pessoas que param de viver e passam a focalizar toda a sua atenção em seus filhos, vivendo através das experiências deles, tanto as felizes quanto as infelizes.
Pior ainda é o pai ou mãe que coloca a criança como determinante de sua auto-estima e
status social, como vemos nos pais que dão demasiada importância ao sucesso nos esportes infantis ou nos concursos de beleza. É da maior relevância continuarmos a ser criativos e a evoluir na nossa verdade. Os nossos filhos nascem de nós para que possam ver a nossa vida em ação, e assim ser capazes de aprender com esse crescimento e construir sobre ele.

A velha visão materialista do mundo está evoluindo para uma nova compreensão pela qual sabemos que na realidade não existe matéria: nos níveis mais minúsculos os átomos do nosso corpo dissolvem-se em meros padrões de energia, ondas vibratórias que podem mudar de forma e reconstituir-se das maneiras mais espantosas. De que outro modo podemos explicar ocorrências tais como a cura espontânea, em que tumores desaparecem ou tecidos se regeneram completamente da noite para o dia?

A Bíblia nos diz que Jesus foi visto desaparecendo e aparecendo à vontade, caminhando sobre a água e outras coisas; porém, depois que Newton formalizou a visão de um universo mecânico, essas aptidões foram consideradas como mágicas ou metáforas, matéria de mito ou truques, mas certamente não exemplos de capacidades humanas reais. Mais tarde, a Igreja cristã explicou essas aptidões como a marca da divindade, algo que certamente os humanos jamais conseguiriam imitar.

A REVISÃO DA VIDA
A Revisão da Vida é um dos aspectos mais fascinantes da experiência no limiar da morte. Em geral as pessoas relatam ter visto sua vida inteira passando diante dos seus olhos, não exatamente como um filme, mas como uma representação holográfica. Elas enxergam tudo em detalhes e têm a experiência de ver sua vida sob julgamento, não de outros, mas de si próprias. É como se a sua consciência tivesse se expandido e se unido a uma inteligência divina maior.

Somos julgados quando morremos, porém aparentemente não somos julgados por um deus vingativo, mas sim por uma consciência divina da qual fazemos parte.

O PROBLEMA DO MAL
E quanto ao diabo e à conspiração dos anjos decaídos, de que nos falam tantas tradições religiosas? Nenhuma pesquisa sobre as experiências no limiar da morte encontrou qualquer evidência de tais travessuras.
O fenômeno do limiar da morte confirma que existe uma única força divina no universo, e que essa força é positiva. O problema do mal diz respeito ao ego e ao temor humanos, que nos alienam dessa força criativa. Quando nós, seres humanos, estamos ligados a essa divindade, tanto aqui quanto no Além, a nossa segurança vem do interior; quando estamos alienados da fonte divina, procuramos a segurança fora de nós, em alguma forma de gratificação do ego e de dramas de controle sugadores de energia.

Robert Monroe relatou que, durante suas viagens na dimensão do Além, ele regularmente via artefatos infernais de ilusão construídos por grupos de almas que perseguiam o sexo obsessivamente como uma defesa contra sua perdição. Nas descrições do Além feitas por Arthur Ford através da psicografia de Ruth Montgomery, certas almas não conseguem despertar para o Céu depois da morte — presas, sem dúvida, às mesmas ilusões que criavam em vida.
Tais relatos sugerem que existe também um grande esforço por parte de outros seres no Além de ajudar essas almas iludidas. Provavelmente fazem isso usando o mesmo processo de exaltação que já conhecemos: o processo de enfocar o Eu superior da alma e projetar energia até que a alma desperte, rompa a atividade obsessiva e comece a abrir-se para o divino em seu interior — a única cura real para qualquer atividade obsessiva.
Em nenhum desses relatos, no entanto, existe qualquer sinal de uma conspiração malévola. Acho que temos que concluir que os anjos decaídos das Escrituras são simbólicos. Como sugeriram pensadores desde Carl Jung até Joseph Campbell, a queda bíblica, inclusive a história da queda de Satã e seu banimento para o inferno, são meras metáforas dos perigos inerentes à evolução humana.

Em certo sentido, o simbolismo de um demônio à espreita, pronto para desviar nossa vida se nos afastarmos demais de Deus, é correto, porque o ego, afastado do divino em nosso interior, é capaz de fazer exatamente isso.

Hoje existem exemplos em demasia de crianças que conseguem recordar não apenas vagas imagens de outra vida, mas os nomes, as cidades e detalhes de uma vida anterior que foram verificados e confirmados.

Todos nós nascemos com uma missão, e cada vez que somos guiados para o lugar exato, ou que recebemos a informação certa, ou exaltamos alguém no momento adequado, temos a sensação de cumprir um destino, porque uma parte de nós recorda que isso estava fadado a acontecer.

Creio que seria necessário apenas que uma leva de estadistas respeitados, talvez aposentados, dessem entrevistas semanais — revelando nomes, denunciando casos de legislação injusta — para mudar o sentimento público. Os republicanos precisam parar de dar boa vida a empresas e a grupos de seus eleitores; os democratas precisam vasculhar o labirinto dos sistemas de seguridade social, inclusive o dinheiro dado a idosos ricos, e manter apenas o que é genuinamente justo.

Vamos até recordar que planejamos juntos, antes de nascermos, vir para esse lugar e reformular determinada situação ou instituição.

A pobreza, onde quer que ela ocorra no mundo, é uma situação movida pelo medo, a falta de educação e a omissão em aproveitar as oportunidades que se apresentam.

As empresas madeireiras são famosas por seus anúncios sentimentais afirmando estarem cuidando das nossas florestas e plantando mais árvores do que abatem; na verdade elas estão derrubando as antigas florestas centenárias, com sua rica diversidade de plantas, animais e energia, e substituindo-as por fileiras estéreis de pinheiros, criando uma lavoura, não uma floresta. Outro problema é o roubo de madeira por empresas que cortam mais madeira do que a quantidade que é vendida e deixam até de pagar pela concessão original. Muitas vezes os administradores do Serviço Florestal que se aposentam são contratados pelas mesmas companhias que eles costumavam fiscalizar, criando uma atitude de coleguismo e omissão por parte do Serviço Florestal.
Felizmente podemos detectar as camadas de corrupção governamental que perpetuam essa desonestidade. E podemos discernir a solução: uma leva de cidadãos preocupados defendendo o fim dessa corrupção e apoiando reformas na legislação e nas organizações.
Quando um número suficiente de pessoas souber que essa corrupção está acontecendo, ela terá fim rapidamente.

Acredito que a nossa intuição esteja nos dizendo que um dia encontraremos uma fonte de energia ilimitada e renovável.
Certamente, várias empresas, profundamente comprometidas com a produção de petróleo e gás, combaterão o seu desenvolvimento. Mas a leva de pessoas inspiradas que trabalharão para implementar a verdade será irresistível. Os cientistas descobrirão que essa é exatamente a área que dará mais sentido e propósito à sua vida, e os jornalistas atentos levarão essa informação ao público antes que ela possa ser suprimida.

À medida que um número maior de pessoas aumenta o nível da sua energia, esse nível passará a ser padrão na cultura, e a duração da vida irá começar a aumentar drasticamente.
Enquanto trabalhamos para estabilizar os níveis da população mundial, casais inspirados irão deixar de ter seus próprios filhos para adotar crianças órfãs de várias partes do mundo.

Conseguiremos ver o nosso corpo como ele sempre foi: pura luz.

Vai ser interessante ver que os anjos e as outras almas sempre estiveram lá, só que invisíveis, trabalhando incansavelmente para nos ajudar a atingir o nível de consciência que dissolve o véu.

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