Portugal Maçónico em o culto da verdade
Posted byPortugal Maçónico 1
A maioria de vós, sabem que Lisboa é uma cidade com bastante património arquitectónico de imenso valor cultural.
Todos aqueles que já passearam por Lisboa, repararam nas imensas estatuas de Deuses e Deusas nas fachadas do edifícios mas quantos de nós, já parararam para se questionar o que representão? Quem foram seus autores?
A maioria dos Portugueses sabem que em 1755 ocorreu em Lisboa um enorme terramoto que devastou quase por completo toda a baixa de Lisboa.
Tendo a baixa de Lisboa ficado completamente arrasada, iria ficar em aberto, uma imensa obra de reconstrução que a Maçonaria através do Marquês de Pombal, se encarregaria de re-erguer dos escombros, utilizando para isso todo um conceito de Arte Real,Simbolismo Oculto, Geometria Sagrada e Alquimia.
Sebastião José Carvalho e Melo, que popularmente ficou conhecido por Marquês de Pombal, reconstruiu a Lisboa no pós terramoto à proporção de um grande templo e, segundo alguns autores e especialistas na matéria, à luz da Geometria Sagrada, tendo como cálculo base o Nº de ouro – 0,618033989… - ou seja, foi com base nesta proporção perfeita, que toda a baixa foi reedificada.
Assim, Lisboa actual em comparação com a Lisboa de antes do terramoto de 1755, e tendo como ponto de medida o eixo que divide a actual Rua Augusta, o mesmo foi rodado 13º em relação ao Norte.
Partindo deste pressuposto, somos levados a respeitar o elevado valor filosófico-hermético que orientaram os trabalhos de quem se dignou a erguer tamanha obra.
LISBOA: Decifrando Lisboa - (Lis+Boa) - teremos a resposta para a sacralidade expressa no seu nome. A Flor de Liz, símbolo de Iniciação e Mistério, representa o Sol Tríplice ou Santíssima Trindade, traduzida na figura pontifícia e imperial de Melki-Tsedek.
O termo “Boa” além de designar a “água” designa também a coluna salomónica Boz ou Boaz, pilar de Deus sito aos pés do Tejo, no Cais, portanto lugar representativo da cidade. Indicando a Beleza Universal, nela está a Força e o Rigor com que termina o nome de Lisboa e nessa coluna, a cidade de Lisboa, aos pés do Tejo finda.
PRAÇA DO COMÉRCIO - A ENTRADA DO “GRANDE TEMPLO”
A Praça do Comércio ou Terreiro do Paço foi construído segundo o sagrado Livro de Thot, mais conhecido pelo nome de Tarot.
ARCO DA RUA AUGUSTA: Deixando toda a praça para trás temos pela frente o Arco da Rua Augusta, arco esse suportado por duas imponentes colunas.
Este obra de arte tem um profundo significado esotérico. Todas as cidades alicerçadas sobre sete colinas possuem o seu Arco do Triunfo ou da Salvação. O de Lisboa é a síntese sagrada e também estética dos demais espalhados pela Europa e Médio-Oriente. Designa o Umbral dos Mistérios, a passagem das trevas para a Luz, da morte para a Imortalidade, que a Sabedoria das Idades concede
Nº 17, O ARCANO DA "ESTRELA DE MAGOS"Portugal, país sob o biorritmo do valor 17, o Arcano da "Estrela dos Magos", é em termos astrológicos guiado por Peixes e Júpiter, enquanto Lisboa é regida por Balança e Vénus, que por sua vez tem na águia o seu símbolo supremo. É exactamente essa águia que encontramos no cruzamento da Rua de S. Nicolau com a Rua Augusta, na esquina, e configurando o Nascimento para a Luz Augusta, indicadora da Perfeição Humana.
Na quadrícula da Baixa, sete ruas longitudinais cruzam-se com sete ruas transversais, intersectadas por três praças: assim se encontra, de novo, 17, o número da "Estrela dos Magos". E os nomes das ruas remetem para a terminologia alquímica - Rua do Ouro, Rua da Prata - que tem o seu desfecho na arquitectura da Praça dos Arcos.
Pormenorizando agora a contagem, os arcos estão distribuídos da seguinte forma:
À esquerda da Rua Augusta – 11 arcos, à direita a Rua Augusta – 11 arcos, o que totaliza 22.
A ladear a Praça temos de cada lado 28 arcos, totalizando 56.
Perante estes dois conjuntos de números, 22 + 56, vamos seguir este raciocínio:
O Livro de Thot, (Tarot) é, como se sabe, constituído por 78 cartas ou lâminas, originalmente de ouro fino ou crisopeico e prata argiopeica, pertencendo as primeiras 22 lâminas aos Arcanos Maiores, ou Esotéricos, e as restantes 56 aos chamados Arcanos Menores, ou Exotéricos. Existe uma intencionalidade na própria arcaria do Terreiro do Paço ultrapassando, sem dúvida, a sua função estrutural da sua arquitectura. Os edifícios laterais contêm 28 arcos cada um, cuja soma total é de 56 arcos, ou Arcanos Menores.
Na fachada principal, à direita e à esquerda do Arco da Rua Augusta, contamos, por outro lado, 22 arcos, 11 em cada direcção. Ora 22 arcos correspondem, exactamente, ao número dos 22 Arcanos Maiores ou Iniciáticos.
Se aplicarmos a cada arco o arcano que lhe corresponde, obtemos a chave interpretativa de um ciclo completo de manifestação: relativamente aos 56 arcos, a manifestação profana, e quanto aos 22 arcos frontais, entre as Rua do Ouro e da Prata, a realização oculta.
O cavaleiro da estátua, empunhando o ceptro imperial mandatário e cobrindo-se com um manto, semelhante aos que usavam os cavaleiros da ordem de Cristo e cuja montada branca esmaga a seus pés as vis serpentes, eternos símbolos de forças inferiores e demoníacas, sugere ser a própria imagem de S. Jorge, o Vigilante Silencioso da Pátria Lusitana. É curioso observar que D. José traja da mesma forma que os imperadores romanos. Todos estes aspectos nos remetem para a sacralidade o seu portador. Igualmente curioso, é observar que o cavaleiro possui uma farta cabeleira em cachos soltos, dando um aspecto de uma personagem do Norte da Europa.
Se recuarmos ao cerco da cidade de Lisboa, pelas tropas de D. Afonso Henriques, sabe-se que alguns templários estiveram envolvidos na preciosa ajuda da tomada da cidade. Estes cavaleiros eram na sua maioria oriundos de Inglaterra. No campo de batalha, estes cavaleiros ingleses, gritavam o nome do seu santo protector – Saint George – sendo que a infantaria de D. Afonso Henriques os seguia nesses cânticos aquando dos assaltos à cidade. Adoptando este grito e adaptando-o à língua portuguesa, rapidamente passou a ser o Santo a quem todos atribuíram a libertação da cidade de Lisboa, dos infiéis e das tais serpentes. De Saint George a S. Jorge, salvador da cidade, foi algo que ocorreu naturalmente. Interessante Ainda o facto de que na maioria das representações de S. Jorge, é comum vermos um santo cavaleiro de longos cabelos loiros, a cair em cachos sobre os ombros, numa montada branca a exterminar algum réptil.
Vejamos agora o que nos reservam as três ruas que compõem o conjunto do Grande Templo, não sem antes passarmos pelo nomes, Ouro, Prata e Augusta.
OURO: O Ouro puro, objectivo alquímico final era representado pelo glifo(1) do Sol. Quando pensamos em ouro, pensamos também em luz,pensamos em dia, em força que por associação nos leva a elemento masculino – Homem. (1) – Glifo: Círculo com um ponto no meio
PRATA: Na Alquimia, a Lua simboliza um outro metal importante, a prata. A prata era tida como feminina e lunar pois é frágil e por corroer-se facilmente sendo colocada em contacto com qualquer ácido ou agente agressivo (masculino). Outro processo que estava associado ao símbolo lunar é a “Unio Mystica”, processo onde a prata é acrescentada à obra alquímica que objectiva o ouro (sol). Esta união é o que na astrologia chamamos de preencher as carências da Lua através do Sol.
Assim, pensar em prata é pensar em Lua, escuridão, negro, noite, obscuridade, passividade, emotividade, em Mulher.
AUGUSTA: O que será algo augusto? Augusto significa ser-se supremo, ser-se superior, o mais importante.
Uma pequena passagem histórica pode interligar estes três elementos da toponímia da baixa pombalina:
Segundo os cânones diplomáticos, Pombal regressa a Lisboa em 21 de Dezembro de 1743. Em 14 de Setembro de 1744 recebe instruções de embarque para a corte de Viena onde chega em 17 de Julho de 1745. É nessa cidade que é iniciado maçon por influência do Imperador Franz I, um dos maiores maçons da Germânia.
Então o que é um Imperador senão uma Augusta e Suprema persona. Como maçon que era, Marquês de Pombal, e prestando obediência ao imperador, figura por quem nutria elevada estima e respeito, decidiu homenagear com a Rua Augusta, simbolicamente, a sua imponente figura, ladeadas por tão importantes símbolos maçónicos, o Sol e a Lua.
Um pequeno trecho do Livro de José Braga de Gonçalves "O Maçon de Viena", ilustra-nos pouco mais sobre a simbologia maçónica oculta nas ruas da baixa:
“(…) Assim se satisfaziam todos os gostos e requisitos maçónicos no tocante a pares de colunas à entrada do Templo-alto: duas para quem vem do Tejo, duas para quem entra na praça por terra e duas, monumentais e apenas visíveis na planta geral, demarcando a antecâmara da Cidade-Templo, a Praça do Comércio.
Fosse por onde fosse, passando duas colunas, surgiam em frente as três portas frontais do Templo de Salomão: a do meio para os Mestres e, de cada lado, uma para os companheiros e outra para os aprendizes, formadas pelas embocaduras das ruas Augusta, do Ouro e da Prata.
Depois, franqueando aquelas, surgiam três fiadas de prédios dispostos horizontalmente, por oposição aos seguintes cinco, dispostos verticalmente.
A interpretação tornava-se subitamente cristalina.
As três primeiras fiadas de prédios na horizontal representavam os três passos de entrada em Loja do aprendiz, passos ritualmente curtos e receosos ante o desconhecido.
As outras cinco fiadas de prédios, dispostos na vertical, significavam os cinco passos de entrada em Loja dos companheiros. A soma dos dois dava o número de passos de entrada em Loja dos mestres. (…)”
No entanto, se nos quisermos soltar um pouco da simbologia maçónica e olhar para todo este complexo conjunto de simbologia, podemos observar o seguinte:
Do Terreiro do Paço partem as principais artérias: Rua Augusta, Rua do Ouro e Rua da Prata. Quando dizemos artérias aplicamos o termo próprio, pois é de artérias que se trata. As Ruas do Ouro e da Prata, com a Rua Augusta, representam o caduceu de Hermes, ou de Thot, e como é sabido, o caduceu compõe-se duma coluna central em torno da qual sobem duas serpentes, uma dourada e outra prateada, respectivamente uma solar e outra lunar. As duas serpentes significam igualmente as duas energias fundamentais do universo, os contrários que se contemplam, atraem e repelem.
Estas serpentes representam e são as artérias pelas quais flui a energia serpentina vital, desdobrada nos seus dois aspectos complementares: o lunar que é frio e passivo, enquanto o solar é quente e activo.
Na simbólica tradicional o ouro expressa o Sol e a prata a Lua. Torna-se claro que a Rua do Ouro corresponde ao aspecto solar do caduceu, a Rua da Prata ao lunar e que, finalmente, a Rua Augusta simboliza o bastão central, canal de fusão e síntese destas duas forças polares.
Através do caduceu pombalino temos acesso às sete colinas ou selos da Boa Liz: S. Vicente, em Alfama; St.º André, na Graça; S. Jorge, na Mouraria; S. Roque, no Bairro Alto; St.ª Catarina, a partir do Camões; Santana, sobre o Largo da Anunciada, e Chagas, no Carmo. Interpretar estes sete padroeiros é interpretar o enigma críptico de Lisboa…
Retirado de;
http://lusophia.wordpress.com/
Penso que tudo este Oculltismo,toda esta simbologia descrita, não deve ter sido feita só por capricho,existe conheçimento por trás de toda esta arquitectura que continuando oculto,de certa forma,deve servir para algo.
Não será á toa que toda a base do Poder Governativo se mantém desde essa altura neste local..aqui se reunem todos os Ministérios Governamentais.
No Próximo Capitulo, escreverei,como e quando a Maçonaria implantou a suas doutrinas em Portugal, tendo o dominio absoluto a partir daí.
A maioria dos Portugueses sabem que em 1755 ocorreu em Lisboa um enorme terramoto que devastou quase por completo toda a baixa de Lisboa.
Tendo a baixa de Lisboa ficado completamente arrasada, iria ficar em aberto, uma imensa obra de reconstrução que a Maçonaria através do Marquês de Pombal, se encarregaria de re-erguer dos escombros, utilizando para isso todo um conceito de Arte Real,Simbolismo Oculto, Geometria Sagrada e Alquimia.
Desvendando a Lisboa Maçonica
Sebastião José Carvalho e Melo, que popularmente ficou conhecido por Marquês de Pombal, reconstruiu a Lisboa no pós terramoto à proporção de um grande templo e, segundo alguns autores e especialistas na matéria, à luz da Geometria Sagrada, tendo como cálculo base o Nº de ouro – 0,618033989… - ou seja, foi com base nesta proporção perfeita, que toda a baixa foi reedificada.
Assim, Lisboa actual em comparação com a Lisboa de antes do terramoto de 1755, e tendo como ponto de medida o eixo que divide a actual Rua Augusta, o mesmo foi rodado 13º em relação ao Norte.
Partindo deste pressuposto, somos levados a respeitar o elevado valor filosófico-hermético que orientaram os trabalhos de quem se dignou a erguer tamanha obra.
Terreiro do Paço
O termo “Boa” além de designar a “água” designa também a coluna salomónica Boz ou Boaz, pilar de Deus sito aos pés do Tejo, no Cais, portanto lugar representativo da cidade. Indicando a Beleza Universal, nela está a Força e o Rigor com que termina o nome de Lisboa e nessa coluna, a cidade de Lisboa, aos pés do Tejo finda.
Lisboa
Cidade das 7 colinas
AS SETE COLINAS: Lisboa, como todas as cidades de sete colinas, Jerusalém e Roma por exemplo, é considerada pela Tradição Teúrgica uma urbe sagrada.
Panorama de uma das 7 colinas
Praça do comércio
PRAÇA DO COMÉRCIO - A ENTRADA DO “GRANDE TEMPLO”
A Praça do Comércio ou Terreiro do Paço foi construído segundo o sagrado Livro de Thot, mais conhecido pelo nome de Tarot.
Cais da Colunas
O CAIS DAS COLUNAS: Para quem entrava por mar, a entrada no “Grande Templo” fazia-se pelo Cais das Colunas. Colunas essas tão caras à simbologia maçónica e que aqui poderão representar as colunas doTemplo de Salomão, as Colunas B e J, Boaz e Jaquin respectivamente.As duas colunas sintetizam as duas polaridades de rigor e misericórdia, de força e beleza. A coluna B significa a força e a coluna J a estabilidade.
A coluna é um dos elementos fundamentais da arquitectura, assegurando a solidez e a estabilidade de suporte do edifício. Existem diversas referências que consideram as Colunas B e J como uma representação das colunas antediluvianas construídas para salvar os aspectos essenciais da ciência e do conhecimento, simbolicamente toda a Praça do comércio se encontra "Entre Colunas".
P.S - Na Maçonaria "Entre Colunas" quer dizer - Em Segredo, entre Irmãos .'.
Torreões dos Ministérios
TORREÕES DOS MINISTÉRIOS: Quem estiver no Cais das Colunas e de costas para o Rio Tejo observa a oriente e a ocidente os torreões dos ministérios, simbolizando igualmente as Colunas B e J. Aliás, pormenor que pode ser observado por foto aérea ou em planta e onde se pode reconhecer o desenho dessas letras.
Arco da Rua Augusta
Este obra de arte tem um profundo significado esotérico. Todas as cidades alicerçadas sobre sete colinas possuem o seu Arco do Triunfo ou da Salvação. O de Lisboa é a síntese sagrada e também estética dos demais espalhados pela Europa e Médio-Oriente. Designa o Umbral dos Mistérios, a passagem das trevas para a Luz, da morte para a Imortalidade, que a Sabedoria das Idades concede
Esquina d rua d São Nicolau
Nº 17, O ARCANO DA "ESTRELA DE MAGOS"
Na quadrícula da Baixa, sete ruas longitudinais cruzam-se com sete ruas transversais, intersectadas por três praças: assim se encontra, de novo, 17, o número da "Estrela dos Magos". E os nomes das ruas remetem para a terminologia alquímica - Rua do Ouro, Rua da Prata - que tem o seu desfecho na arquitectura da Praça dos Arcos.
OS ARCOS DO TERREIRO E OS ARCANOS DO TAROT
Passadas que foram as colunas de entrada no templo, encontramo-nos no centro do Terreiro do Paço. Em nosso redor temos um fabuloso conjunto arquitectónico de edifícios, edifícios esses adornados de arcadas em todo o redor. Como nada neste local foi deixado ao acaso, e porque a reconstrução da cidade foi feita por nomes ligados à maçonaria (Karl Mardel, Manuel da Maia e Eugénio dos Santos), tudo tem um propósito bem vincado, apesar de alguma secreta discrição. Contando todos os arcos, reparamos que totalizam 78 arcos. Poderiam ser mais ou menos, mas não, são exactamente setenta e oito arcos.Pormenorizando agora a contagem, os arcos estão distribuídos da seguinte forma:
À esquerda da Rua Augusta – 11 arcos, à direita a Rua Augusta – 11 arcos, o que totaliza 22.
A ladear a Praça temos de cada lado 28 arcos, totalizando 56.
Perante estes dois conjuntos de números, 22 + 56, vamos seguir este raciocínio:
O Livro de Thot, (Tarot) é, como se sabe, constituído por 78 cartas ou lâminas, originalmente de ouro fino ou crisopeico e prata argiopeica, pertencendo as primeiras 22 lâminas aos Arcanos Maiores, ou Esotéricos, e as restantes 56 aos chamados Arcanos Menores, ou Exotéricos. Existe uma intencionalidade na própria arcaria do Terreiro do Paço ultrapassando, sem dúvida, a sua função estrutural da sua arquitectura. Os edifícios laterais contêm 28 arcos cada um, cuja soma total é de 56 arcos, ou Arcanos Menores.
Na fachada principal, à direita e à esquerda do Arco da Rua Augusta, contamos, por outro lado, 22 arcos, 11 em cada direcção. Ora 22 arcos correspondem, exactamente, ao número dos 22 Arcanos Maiores ou Iniciáticos.
Se aplicarmos a cada arco o arcano que lhe corresponde, obtemos a chave interpretativa de um ciclo completo de manifestação: relativamente aos 56 arcos, a manifestação profana, e quanto aos 22 arcos frontais, entre as Rua do Ouro e da Prata, a realização oculta.
Nota: Datado de 30.7.1951 e extraído da obra do Prof. Henrique José de Souza, O Livro do Loto, uma pequena nota que suporta algumas das teses sobre o que atrás se escreveu:
“…Repare-se como o Arco da Rua Augusta se parece com o do Palácio da Aclamação, na capital baiana. VIRTUTIBUS MAIORUM (melhor dito, MAJORUM), é o lema da Rua Augusta. De cada lado do referido Arco da Rua Augusta, figuram 11 portais. Ele é, portanto, o 23.º, como primeiro Arcano Menor. A estátua do frontispício, na sua parte mais alta, coroa um Homem e uma Mulher. Em baixo também se fala numDOCUMENTO P.P.D., que antes deveria ser L.P.D. Deve ser um lema latino referente a PORTUGAL”.
Num pequeno exercício interpretativo podemos descobrir para além do simbolismo superficial e explorar o verdadeiro significado da escultura que embeleza a bela praça da baixa pombalina. Até porque, quer quem idealizou, quer quem esculpiu, possuía no seu carácter a arte e o saber iniciático de confrarias esotéricas, fossem elas (Neo) Templárias ou Maçónicas.O cavaleiro da estátua, empunhando o ceptro imperial mandatário e cobrindo-se com um manto, semelhante aos que usavam os cavaleiros da ordem de Cristo e cuja montada branca esmaga a seus pés as vis serpentes, eternos símbolos de forças inferiores e demoníacas, sugere ser a própria imagem de S. Jorge, o Vigilante Silencioso da Pátria Lusitana. É curioso observar que D. José traja da mesma forma que os imperadores romanos. Todos estes aspectos nos remetem para a sacralidade o seu portador. Igualmente curioso, é observar que o cavaleiro possui uma farta cabeleira em cachos soltos, dando um aspecto de uma personagem do Norte da Europa.
Se recuarmos ao cerco da cidade de Lisboa, pelas tropas de D. Afonso Henriques, sabe-se que alguns templários estiveram envolvidos na preciosa ajuda da tomada da cidade. Estes cavaleiros eram na sua maioria oriundos de Inglaterra. No campo de batalha, estes cavaleiros ingleses, gritavam o nome do seu santo protector – Saint George – sendo que a infantaria de D. Afonso Henriques os seguia nesses cânticos aquando dos assaltos à cidade. Adoptando este grito e adaptando-o à língua portuguesa, rapidamente passou a ser o Santo a quem todos atribuíram a libertação da cidade de Lisboa, dos infiéis e das tais serpentes. De Saint George a S. Jorge, salvador da cidade, foi algo que ocorreu naturalmente. Interessante Ainda o facto de que na maioria das representações de S. Jorge, é comum vermos um santo cavaleiro de longos cabelos loiros, a cair em cachos sobre os ombros, numa montada branca a exterminar algum réptil.
UMA PERSPECTIVA MAÇONICA DAS RUAS DA BAIXA POMBALINA
Passeando agora calmamente pelas ruas da baixa, podemos também questionar qual o seu significado.Vejamos agora o que nos reservam as três ruas que compõem o conjunto do Grande Templo, não sem antes passarmos pelo nomes, Ouro, Prata e Augusta.
OURO: O Ouro puro, objectivo alquímico final era representado pelo glifo(1) do Sol. Quando pensamos em ouro, pensamos também em luz,pensamos em dia, em força que por associação nos leva a elemento masculino – Homem. (1) – Glifo: Círculo com um ponto no meio
PRATA: Na Alquimia, a Lua simboliza um outro metal importante, a prata. A prata era tida como feminina e lunar pois é frágil e por corroer-se facilmente sendo colocada em contacto com qualquer ácido ou agente agressivo (masculino). Outro processo que estava associado ao símbolo lunar é a “Unio Mystica”, processo onde a prata é acrescentada à obra alquímica que objectiva o ouro (sol). Esta união é o que na astrologia chamamos de preencher as carências da Lua através do Sol.
Assim, pensar em prata é pensar em Lua, escuridão, negro, noite, obscuridade, passividade, emotividade, em Mulher.
AUGUSTA: O que será algo augusto? Augusto significa ser-se supremo, ser-se superior, o mais importante.
Uma pequena passagem histórica pode interligar estes três elementos da toponímia da baixa pombalina:
Segundo os cânones diplomáticos, Pombal regressa a Lisboa em 21 de Dezembro de 1743. Em 14 de Setembro de 1744 recebe instruções de embarque para a corte de Viena onde chega em 17 de Julho de 1745. É nessa cidade que é iniciado maçon por influência do Imperador Franz I, um dos maiores maçons da Germânia.
Então o que é um Imperador senão uma Augusta e Suprema persona. Como maçon que era, Marquês de Pombal, e prestando obediência ao imperador, figura por quem nutria elevada estima e respeito, decidiu homenagear com a Rua Augusta, simbolicamente, a sua imponente figura, ladeadas por tão importantes símbolos maçónicos, o Sol e a Lua.
Um pequeno trecho do Livro de José Braga de Gonçalves "O Maçon de Viena", ilustra-nos pouco mais sobre a simbologia maçónica oculta nas ruas da baixa:
“(…) Assim se satisfaziam todos os gostos e requisitos maçónicos no tocante a pares de colunas à entrada do Templo-alto: duas para quem vem do Tejo, duas para quem entra na praça por terra e duas, monumentais e apenas visíveis na planta geral, demarcando a antecâmara da Cidade-Templo, a Praça do Comércio.
Fosse por onde fosse, passando duas colunas, surgiam em frente as três portas frontais do Templo de Salomão: a do meio para os Mestres e, de cada lado, uma para os companheiros e outra para os aprendizes, formadas pelas embocaduras das ruas Augusta, do Ouro e da Prata.
Depois, franqueando aquelas, surgiam três fiadas de prédios dispostos horizontalmente, por oposição aos seguintes cinco, dispostos verticalmente.
A interpretação tornava-se subitamente cristalina.
As três primeiras fiadas de prédios na horizontal representavam os três passos de entrada em Loja do aprendiz, passos ritualmente curtos e receosos ante o desconhecido.
As outras cinco fiadas de prédios, dispostos na vertical, significavam os cinco passos de entrada em Loja dos companheiros. A soma dos dois dava o número de passos de entrada em Loja dos mestres. (…)”
O CADUCEU DE MERCÚRIO
No entanto, se nos quisermos soltar um pouco da simbologia maçónica e olhar para todo este complexo conjunto de simbologia, podemos observar o seguinte:
Do Terreiro do Paço partem as principais artérias: Rua Augusta, Rua do Ouro e Rua da Prata. Quando dizemos artérias aplicamos o termo próprio, pois é de artérias que se trata. As Ruas do Ouro e da Prata, com a Rua Augusta, representam o caduceu de Hermes, ou de Thot, e como é sabido, o caduceu compõe-se duma coluna central em torno da qual sobem duas serpentes, uma dourada e outra prateada, respectivamente uma solar e outra lunar. As duas serpentes significam igualmente as duas energias fundamentais do universo, os contrários que se contemplam, atraem e repelem.
Estas serpentes representam e são as artérias pelas quais flui a energia serpentina vital, desdobrada nos seus dois aspectos complementares: o lunar que é frio e passivo, enquanto o solar é quente e activo.
Na simbólica tradicional o ouro expressa o Sol e a prata a Lua. Torna-se claro que a Rua do Ouro corresponde ao aspecto solar do caduceu, a Rua da Prata ao lunar e que, finalmente, a Rua Augusta simboliza o bastão central, canal de fusão e síntese destas duas forças polares.
Através do caduceu pombalino temos acesso às sete colinas ou selos da Boa Liz: S. Vicente, em Alfama; St.º André, na Graça; S. Jorge, na Mouraria; S. Roque, no Bairro Alto; St.ª Catarina, a partir do Camões; Santana, sobre o Largo da Anunciada, e Chagas, no Carmo. Interpretar estes sete padroeiros é interpretar o enigma críptico de Lisboa…
Retirado de;
http://lusophia.wordpress.com/
Penso que tudo este Oculltismo,toda esta simbologia descrita, não deve ter sido feita só por capricho,existe conheçimento por trás de toda esta arquitectura que continuando oculto,de certa forma,deve servir para algo.
Não será á toa que toda a base do Poder Governativo se mantém desde essa altura neste local..aqui se reunem todos os Ministérios Governamentais.
No Próximo Capitulo, escreverei,como e quando a Maçonaria implantou a suas doutrinas em Portugal, tendo o dominio absoluto a partir daí.
Portugal Maçonico 2
1ª invasão Francesa
As invasões francesas foram um facto histórico maior, na História de Portugal, do qual deixámos de guardar memória e nem sequer temos como povo, nem sequer a nível das elites, verdadeira consciência das consequências que tais invasões tiveram e que se repercutem até aos dias de hoje. Sim, até aos dias de hoje!
Não sei se prepositado mas que a versão ensinada nas escolas, não condiz muito com esta.
As consequências não foram “apenas” materiais e sociais, foram doutrinárias e sobretudo políticas,vejamos.
Na parte social, as perdas humanas foram enormes e nunca ao certo contabilizadas. Estima-se que cerca de 10% da população tenha perecido não só pela acção inimiga como também pela doença, pela fome e pelo frio. Seriam cerca de 300000 compatriotas nossos, um número inimaginável nos dias de hoje, mesmo tendo em conta que hoje somos quatro vezes mais…
No mais o país ficou arrasado: a agricultura e a pecuária destruídas; os campos talados; os monumentos roubados; igrejas profanadas; cidades, vilas e aldeias incendiadas; território ermado; pontes e outras “obras de arte”, destruídas; população esbulhada e deslocada (estima-se que atrás das Linhas de Torres se aglomeraram cerca de 600000 pessoas!), todas as actividades produtivas desarticuladas.
No campo doutrinário, inocolou-se a Nação com ideias estranhas à sua matriz portuguesa, não se conseguindo ou querido, disseminá-las de um modo progressivo e adequado. A imposição de tais ideias, a maioria oriundas da Revolução Francesa, dividiu a Família Real, a Corte, as Forças Armadas e toda a Nação, dando origem a divisões políticas profundas que ainda se entrechocam nos dias de hoje. A consequência mais profunda desta divisão política foi uma guerra civil intermitente que lavrou durante cerca de 100 anos e só terminou, não completamente, porém, com a Constituição de 1933.
Pelo caminho ficaram dezenas de assuntos da maior importância por arrumar. Tenho esperança que venham a ser arrumadas.
Vamos então tentar perceber como Portugal foi abrasado pela fúria Napoleónica.
«No conjunto presente enquanto as coisas não tomam
jeito, a maior política será o maior disfarce e a melhor
negociação será a de ter boas tropas e bons navios.»
José da Cunha Brochado
carta de 28 de Novembro de 1700 a El Rei D. Pedro II
Os poderes em Portugal tinham toda a obrigação de estar mais que avisados dos perigos que ameaçavam o País, tendo em atenção os graves eventos que ocorriam na Europa e noContinente Americano e, em particular, por via das ( Maçónicas ) Inconfidências Brasileiras, da Campanha do Roussilhão e da infeliz Campanha de 1801 desenvolvida contra nós por uma coligação franco-espanhola em que perdemos Olivença, ilegalmente ocupada, desde então, pela Espanha.
Lamento incomodar as consciências dos leitores sobre este ponto, mas não posso deixar de o enfatizar.E, ainda, porque se deveria ter levado a sério a ameaça de Napoleão quando ao comentar a actuação da esquadra portuguesa, no Mediterrâneo ao lado da Inglesa, afirmou:´
”Virá o tempo que a Nação Portuguesa chorará
com lágrimas de sangue a ofensa que praticou à República Francesa”.
Mas em vez de tirar as ilações naturais e preparar o país para um conflito mais do que certo, reforçando o Poder Nacional de todas as maneiras possíveis e preparando uma linha de actuação politica e as estratégias económica, militar, diplomática, financeira, psicológica, etc., que a sustentasse, optou-se por se tergevisar e adiar constantemente no caminho a seguir, entregando à Providência Divina a prevenção das desgraças. Não me parece até, que os actuais habitantes deste cantinho ocidental da Europa, tenham aprendido muito com os seus antepassados …
A Revolução Francesa pela dinâmica que criou, tornou a França exportadora de ideologia por atacado. Com a subida ao Poder de Napoleão, aquele país tornou-se imperialista e dispôs-se nada mais, nada menos, do que a subjugar toda a Europa e, naturalmente, todas as suas dependências ultramarinas.
Já aqui existia o sonho da dominação total e da criação de um governo mundial.
Contra a República Francesa, que tinha transformado cada cidadão num soldado e cada soldado num cidadão, levantaram-se diversas coligações, das principais potências europeias habilmente manipuladas pela Inglaterra que, defendida pelo Canal da Manchaevitava comprometer forças suas em solo Europeu, desenvolvendo toda a sua campanha no mar. As coligações foram sendo sucessivamente derrotadas pelo grande cabo-de-guerra corso, numa série de brilhantes batalhas. No mar, no entanto, a sorte era-lhe adversa.A hora de Portugal chegou, quando Napoleão, na sequência da vitória de IENA, em Novembro de 1806, decretou em Berlim o bloqueio continental, com o que pretendia impedir todo o comércio e comunicação com a Grã-Bretanha. Em seguida, apeou a monarquia espanhola colocando um irmão seu no trono de Madrid,dando origem á falsa Monarquia que hoje existe.
Pela Paz de Tilsit, após a vitória de Friedland, que selava a derrota da Rússia, da Áustria e da Prússia, o auto proclamado imperador dos franceses, fez um ultimatum ao governo deLisboa (e a outros países) segundo o qual teríamos que declarar guerra à Inglaterra e fechar-lhes todos os portos. E se não o fizéssemos até 1 de Setembro de 1807, o país seriainvadido. Estávamos em Julho desse ano. E não contente com isso ainda mandou um “aviso”, a 14 de Agosto, que obrigava Portugal a “oferecer voluntariamente” uma elevada quantia em dinheiro e quatro mil soldados.
Nestas circunstâncias Portugal não tinha grandes escolhas (e já devia saber disso de guerras anteriores!...); ou declarava a neutralidade ou escolhia um dos lados da contenda. Em qualquer dos casos só um milagre evitaria a guerra.
A neutralidade seria o que melhor conviria aos interesses portugueses e por isso ela foi tentada. Mas era irrealista, dado que não é neutral quem quer, mas sim quem tem Poder para o fazer. Ora Portugal não tinha na altura poder suficiente para se interpor entre as duas superpotências da época. Declarar-se ao lado da Inglaterra resultaria numa invasão franco espanhola da Metrópole; mas pôr-se ao lado dos poderes continentais implicaria a perda de todo o Ultramar, de que dependia a sua existência e isso não garantia que a Inglaterra não viesse a desembarcar forças suas na Península, trazendo a guerra à Metrópole.
Por isso parecia lógico que a situação menos má fosse declarar em altura própria, a actualidade da Aliança Inglesa e preparar o país para as consequências possíveis. Nada disto se fez. A Corte e o Conselho de Estado estavam divididos, os embaixadores inglês e francês moviam as suas influências no seu seio e o próprio governo inglês na insidiosa actuação, por vezes pérfida, em que modela a sua diplomacia, nunca foi também claro no apoio que estaria disposto a facultar-nos e quando. O Primeiro-ministro William Pitt, chegou até a responder a um pedido nosso, esta frase sugestiva: “O governo de S. Majestade só ajuda os governos que, em primeiro lugar, se queiram ajudar a si próprios!”
Até ao fim tentou-se tapar o Sol com a peneira e o desespero fez até com que fossem tomadas algumas atitudes de vergonhosa subserviência e apaziguamento, sobretudo relativamente a Paris.
Foi no meio deste ambiente que surgiu a ideia de pôr a família real portuguesa a salvo no Brasil, privando assim Napoleão de deitar mão ao Poder Político português, gorando os seus projectos de domínio de Portugal. Esta ideia teve o apoio, senão mesmo a sua origem, do governo inglês. Pouco se fez, sem embargo, para a tornar viável.
Napoleão soube, em 9 de Outubro de 1807, que o governo português recusava oultimatum e ordenou a invasão.
Por um golpe de sorte a Corte em Lisboa, soube através de um comerciante português, que tinha passado por Bayonne, da existência do Exército Francês aí estacionado, que se destinava à invasão de Portugal. Mais tarde a informação foi confirmada pelo nosso ministro na capital espanhola.
Tolhidos por uma paralisia incompreensível pouco se ia fazendo para lidar com a situação e só se soube que a invasão se tinha dado quanto Junot estava em Abrantes.
«É necessário estarmos apercebidos para nos defendermos de quem quiser ofender, porque a presteza aproveita às vezes mais que a força nas coisas da guerra. Não descansem os amigos da paz, na que agora gozam, se a querem perpetuar porque os contrários dela, se a virem mansa, levá-la-ão nas unhas.»
Padre Fernando Oliveira (estratega do sec.XVI)
Entretanto, em Lisboa reinava a confusão e o pânico. A Corte dispunha apenas de escassos 15 dias para rejeitar ou aceitar as exigências, resultantes de Tilsit.
Logo no dia 18 de Agosto reuniu-se o Conselho de Estado, tendo apenas um dos conselheiros, D. Rodrigo de Sousa Coutinho, advogando que se “fizesse guerra à França e Espanha … e (quando Portugal) não fosse feliz nas armas passasse a Família Real para o Brasil”; e o conselheiro Thomaz Villanova Portugal, insistiu na saída imediata “para o Brasil do Príncipe da Beira, com o título de Condestável e com tropa, acompanhado das infantas e de dois generais…”.Os restantes conselheiros inclinaram-se para que Portugal “se unisse à causa do Continente e fechasse os portos”.[1]
A 30 de Agosto nova reunião que aprovou a ida do Infante D. Pedro, para o Brasil à excepção de Sousa Coutinho que continuou a “sustentar que se devia fazer a guerra e na retirada, sair toda a Família Real para o Brasil”.
Esta decisão espoletou a preparação de quatro naus destinadas àquela tarefa, no Arsenal de Lisboa. A nau destinada a transportar o herdeiro do trono era a “Afonso de Albuquerque”,navio antigo mas considerado ainda em boas condições.
Logo que esta esquadra ficou pronta o Príncipe Regente decidiu informar os governos daFrança, Espanha e Inglaterra da decisão do Conselho de Estado. A reacção francesa consubstanciava uma declaração de guerra; a da Espanha mantinha uma contínua ameaça e a da Inglaterra limitava-se a dar conselhos, o mais importante dos quais contemplava a saída imediata para o Rio de Janeiro de toda a Família Real.[2]
Durante o mês de Outubro e face às ameaças francesas, discutiu-se na Corte qual das duas opções seria preferível: apenas a ida do Príncipe Real se de toda a Família, para a segurança das terras brasileiras.
Em Novembro a confusão aumentou, com as perturbadoras notícias chegadas de Espanha e com o exército invasor já em movimento.
A Corte ainda tentou acalmar Napoleão com a oferta de uma espada de oiro guarnecida de diamantes e a promessa de se cumprirem os seus desejos... Mas era tarde demais.
Por este tempo (11 de Novembro) arribou ao Tejo uma esquadra Russa vinda da Turquia, constituída por 9 navios que ninguém duvidou ser consequência do acordado em Tilsitentre a França e a Rússia. O Almirante Russo insistiu em vários propósitos que eram contrários aos tratados em vigor, mas tudo se lhe consentiu. E um oficial russo chegou mesmo a declarar com o maior desembaraço, que se o Príncipe os não deixasse entrar (no Tejo) dentro estava quem lhe abriria a porta…” [3].
Por aqui se pode ver quão longe teria ido a traição entre os portugueses. Estranhamente a esquadra manteve-se apenas espectadora durante todo o desenrolar dos eventos.
A 14 de Novembro uma esquadra Inglesa de cinco navios comandada pelo Almirante Sidney Smith postou-se ao largo da Foz do Tejo ficando a bloquear a costa portuguesa. Uma nova fragata britânica chegou entretanto, entrando no Tejo com a bandeira de parlamentário para levar instruções ao embaixador inglês, Lord Strangford. Este deslocou-se a bordo da força inglesa, tendo regressado a 21 de Novembro à capital, com um exemplar do jornal “Monitor” do dia 11 de Novembro, o qual continha o decreto imperial datado de 27 de Outubro de 1807, pelo qual Napoleão decidira que “a Casa de Bragança deixara de reinar em Portugal”!
O Conselho de Estado votou então pela saída imediata de toda a Família Real para oBrasil, deitando mão a todos os navios de guerra e mercantes surtos no Tejo e que fosse possível aparelhar.
A 24 de Novembro o governo Português deu conta finalmente que Junot estava emAbrantes, quando ainda o julgava em Salamanca. A invasão tinha avançado a 19 de Novembro, entre Segura e Castelo Branco. Em simultâneo um exército espanhol comandado pelo General Taranco, ocupava o norte do País... Os dias seguintes foram de desvairamento na Corte.
E em vez de embarque ordeiro, a ânsia da fuga de todos os filhos de algo do Reinoresultou numa confusão indescritível, levando a que se perdessem muitos haveres, se preparassem mal os navios e os sobrecarregassem com todo o tipo de carga e passageiro em demasia. A Família Real embarcou a 27 e com eles uma multidão estimada entre 10 a 15000 pessoas, com todas as riquezas que puderam transportar.
Devido ao mau tempo (factor que deveria também ter sido equacionado com antecedência), a esquadra de cerca de 30 a 40 navios, comandada pelo Almirante D. Manuel da Cunha Sottomayor, só conseguiu largar o Tejo a 29, sendo comboiados por quatro navios de guerra ingleses. Esse foi o dia em que as avançadas do Exército francês,destroçadas e maltrapilhas, conseguiram chegar a Lisboa. Junot no seu desespero ainda avistou os navios ao longe…
Todos os navios à excepção de um conseguiram atingir o Brasil numa viagem de dois meses, muito penosa pelas terríveis condições a bordo. A chegada ao Rio de Janeiro só se deu a 7 de Março de 1808. O Príncipe Regente deixou em Lisboa uma junta governativapara receber Junot e indicações para que não se molestasse os franceses, para evitar represálias.
Porém uma delegação da Maçonaria portuguesa tinha-se adiantado e ido saudar em Sacavém, os franceses como... LIBERTADORES
Tinha começado um longo calvário para a Nação Portuguesa.
«Todos os homens dos 15 aos 60 anos se armem,
cidades, vilas e povoações que se fortifiquem.
Quem o não fizer incorre em pena de morte e as vilas
que franquearem as suas portas serão arrasadas».
Real Decreto de 11/12/1808,
incitando os portugueses a resistirem aos franceses
Afinal a resistência que com tantos receios se quis evitar brotou naturalmente do povoenquadrado pelas pequenas forças militares que restavam.
De facto uma das primeiras medidas de Junot foi licenciar o Exército português e escolher um corpo constituído pelas melhores tropas que não tardou a enviar para França. Constituíam-no seis a sete mil homens (muitos dos quais desertaram) que veio a constituir a Legião portuguesa comandada pelo Marquês de Alorna e que tãovalentemente se veio a bater nas campanhas do Centro da Europa. Apenas cerca de 100 destes bravos regressou a Portugal…
Desde cedo a atitude das tropas francesas começou a gerar incidentes e revoltas. O 1º motim sério registou-se quando a bandeira nacional foi arriada do Castelo de S. Jorge e substituída pela francesa!
Em Maio de 1808, deu-se uma insurreição em Madrid contra os franceses. O contingente espanhol que ocupava o Porto prendeu o comandante francês e retirou para a Galiza. A 11 de Maio o General Sepúlveda, Governador das Armas de Trás-os-Montes revoltou-se e instituiu uma junta a que presidiu.
A revolta alastrou a todo o País. As tropas francesas conseguem debelar alguns focos. Uma intervenção inglesa é então negociada pela Junta do Porto e aqueles desembarcam a 1 de Agosto frente à Figueira da Foz.
A 17 e a 20 de Agosto travam-se os combates da Roliça e do Vimeiro. Vencidos os franceses estes negoceiam a rendição e pela Convenção de Sintra são autorizados a partir com armas e bagagens e o produto dos seus saques …
Chegou entretanto o General Beresford com a incumbência de reorganizar o Exército Português.
A cruenta guerra que se seguiu só terminou em 1814, com as tropas anglo-lusas às portas e Toulouse.
Porque não resistimos?
«Se todos os portugueses fossem como eu não restaria um só invasor…»
Jacinto Correia
Português, fuzilado pelos franceses em 25 de Janeiro de 1808
Como se pode constatar, Junot foi expulso de Portugal ao fim de seis meses. E pode verificar-se que dado o estado depauperado em que ele chegou à fronteira Portuguesa, 2 Batalhões bem adestrados e comandados seriam suficientes para o esmagar na passagem das Talhadas. Mas nunca se encarou seriamente a hipótese de resistência. Porquê?
Fundamentalmente por uma deficiente formação e escolha das elites que nos governam.
Tal facto originou na altura questões que podemos sintetizar em problemas de:
Liderança; Política; Ideologia; Traição; Ordem Psicológica; Derivados do medo
De facto o Príncipe Regente não tinha compleição nem estatura moral, intelectual e psicológica para fazer frente a tão complexos e perigosos desafios. Numa época onde eram requeridas grandes decisões, alguma audácia, exemplo e força de vontade, o futuroRei mostrava-se tíbio, indeciso, infeliz, sem astúcia nem golpe de asa, mal aconselhado e sofrendo da forte personalidade da mulher de quem se viria a afastar.
Dos principais conselheiros e membros do governo nenhum também se destacou pelos dotes de clarividência e preserverança à excepção de D. Rodrigo de Sousa Coutinho, já mencionado.
Tais características nas principais figuras com peso político no reino originaram que não se concebesse atempadamente uma clara linha de actuação política com objectivos bem definidos, nem se definiram estratégias para os alcançar. Esta indefinição além de gerar confusão de actuação, dúvidas no dever colectivo, impediu que se reforçasse adequadamente o Poder Nacional, nomeadamente a economia, a diplomacia, as forças militares e o Sistema de Informações, indispensáveis aos sucessos futuros e nas mãos de quem queria que houvesse desorganização.
Esta falta de definição de uma política teve também origem em causas ideológicas.
As sequelas doutrinárias da Revolução Francesa já tinham chegado a Portugal e eram sobretudo disseminadas pelas lojas maçónicas, nomeadamente de rito francês e escocês, em franco desenvolvimento desde o consulado de Pombal, e por vários diplomatas e militares estrangeiros durante a sua passagem por Portugal.
Tais ideias eram fundamentalmente subversivas da ordem política existente e eram transmitidos preferencialmente à nobreza e burguesia cultas e também a alguns sectores da Igreja.
Estas questões ideológicas vieram a resultar, algumas em traição e todas, seguramente, contra os interesses nacionais da altura por terem dado origem a dois partidos: “o partido francês e o partido inglês”.
... Ora só interessava à Nação que existisse o “partido português”…
A questão ideológica não explica por si só o que atrás se afirma. Para tal concorreu também a corrupção de muitas consciências, em grande parte originados na acção deMarechal Lannes e do próprio Junot enquanto embaixadores da França em Lisboa, nos períodos que antecederam a 1ª invasão.
Finalmente adiantam-se causas psicológicas que afectaram a mente de muitas personalidades na Corte e fora dela o que teve a ver sobretudo com o mito criado pela invencibilidade dos exércitos Napoleónicos, sobretudo quando comandados pelo próprioImperador. Isto gerou os medos mais variados (e sabe-se como o medo é mau conselheiro) e oblinolou por certo o discernimento das decisões.
Porque deveríamos ter resistido?
«O peso da mochila do soldado é
incomparavelmente
mais leve que o peso das grilhetas do escravo».
Eisenhower
Em primeiro lugar é necessário começar por dizer que resistir a quem nos assalta a casa, neste caso a casa portuguesa, é um direito e um dever de todos os nacionais, a começar pelos mais responsáveis.
É uma questão de princípio.
Em segundo lugar por uma questão de Honra. Por muito deletérias que sejam as ideias e a moral de uma época, o conceito de honra agiganta-se sempre bem alto pela sua excelência e altivez. Transportando isto para a Instituição Militar, um Exército só se deve render quando esgotada a sua capacidade de lutar e morrer faz parte do Dever Militar, por mais que espíritos desorientados trocem da questão ou tentem inventar guerras sem mortos.
Depois porque a resistência permite o reforço da coesão e o moral nacional.
A “alma” de uma Nação tempera-se e reforça-se nas agruras e nos feitos praticados em conjunto. Em 1800 os portugueses já tinham um lastro longo de uns e de outros.
Em seguida, porque permite aumentar a nossa capacidade de negociação em termosdiplomáticos, tanto durante como após o conflito. E permite a garantia dos nossosdireitos, aumentando a autoridade moral.
Esta Autoridade moral diz-nos que devemos resolver de uma vez por todas este problema instalado no seio da nossa Pátria...resistindo
Quando o Major de Engenharia Talaya com apenas 30 homens defendem a praça deCampo Maior durante 10 dias contra uma Divisão francesa, em 1811, nada há a temer, tivemos resistência.
Quem consegue fazer as Linhas de Torres Vedras, em 1810, com 108 fortes, 151 redutos,revelins e batarias, entre a Foz do Lisandro e Alhandra e guarnecê-los com 1067 peças de artilharia e 68000 homens, também teria conseguido organizar mormente a defesa em1807, se tivesse havido vontade para isso.
Quem tem no seu seio um punhado de gente, como aqueles pescadores de Olhão que decidiram atravessar o Atlântico Sul num pequeno barco de pesca, inapropriado para o efeito, só para irem dar a notícia da expulsão dos franceses de Portugal, ao seu Rei, não há que temer opor resistência seja a quem for. E ao dito de Napoleão após a batalha deWagram, afirmando não haver em toda a Europa infantaria como a Portuguesa, julgo que não é preciso acrescentar mais nada, pois não pode haver mais abalizado e eloquente elogio.
O Exército e o povo não se bateram no início da 1ª invasão francesa apenas e pela simples razão de que ninguém lhes deu ordem. E é nisto que reside a nossa maior vulnerabilidade como Estádo/Nação desde que o filho de Henrique de Borgonha individualizou e alargouo Condado onde ainda hoje vivemos.
Conclusão
«Com quem saiba conduzi-los, eles irão a toda a parte e combaterão quem se quiser …; marcharão sujeitando-se às maiores fadigas, sem um murmúrio, e vivendo apenas de pão e água com um dente de alho como condimento…»
Diogo Ferrer,
Oficial do Exército Britânico
(sobre os soldados portugueses, século XVIII)
A Geopolítica, cujos factores primordiais, são a Geografia e o carácter da população, sempre condicionaram, condicionam e condicionarão o “status quo” político, estratégico e social da Nação Portuguesa.
Caros leitores:
Já há muito que devíamos ter aprendido, entre muitas coisas, que é fundamental prepararmos e seleccionarmos as elites que nos governam para serem esclarecidas e patriotas que tem que se ter muito cuidado com toda a sorte de ideologias que não são conformes à matriz nacional e ao estado de desenvolvimento cultural medio da população, em cada época, ou pura e simplesmente são erradas e maléficas.
As virtudes morais e cívicas têm que ser cultivadas sem desfalecimento; que as leis têm que ser adequadas às pessoas em que se aplicam; que o desenvolvimento lento e sustentado é preferível a eventuais soluções de ganho rápido e desgarrados no tempo e no espaço; que não se deve gastar mais do que o que se produz; que quanto mais dobramos a cerviz, mais mostramos o fundo das costas,etc.
Mas, por estranha maldição, não somos capazes de aprender.
Só os povos que sabem resistir ficam na História e fazem a História. Os outros serão pasto de vontades alheias e olhados com um misto de indiferença e comiseração e isto é no que se está a tornar Portugal.
Mas para sermos donos do nosso futuro temos que reflectir constantemente sobre o passado para podermos aprender com os erros e acertos que nele se espelham.
Os portugueses já têm antiguidade mais do que suficiente como povo e uma vivência rica de acontecimentos os mais variados para poderem transformar as notícias em informações, estas em conhecimento que dão em seguida origem a sínteses de saber. Saber estar, saber fazer e saber prever.
Infelizmente e olhando a praxis política contemporânea e seus principais actores verifico que não se tem conseguido nada disto, a não ser a insistência nos erros.
Quero alertar, no entanto, que não parece terem minguado os potênciais “Napoleões”que nos rodeiam.
Já, porém, dificilmente vislumbro porto seguro para onde retirar noutra emergência.
Portugal Maçónico 3
Portugal Maçónico 3
A partir deste momento e após a presença do «partido francês», no governo português, é reforçada com a ascensão de António de Araújo Azevedo à Secretaria dos Negócios Estrangeiros.
A 11 de Dezembro de 1804, é efectuado o Tratado de amizade e fraternidade entre as duas obediências: os Grandes Orientes de França e Portugal.
Em 1816, Foi eleito 3.º Grão-Mestre da Maçonaria Portuguesa Gomes Freire de Andrade. A eleição reflecte o prestígio do ex-comandante da Legião Portuguesa.
Portanto,já aqui se notava a influênçia que a Maçonaria exercia sobre cargos decisivos no aparelho de Estado.
Em 1817 a criação em Lisboa da conspiração da Sociedade Secreta e paramaçónica revolucionária (Supremo Conselho Regenerador de Portugal, Brasil e Algarves), com o objectivo de afastar Ingleses e outros estrangeiros do controlo militar do país e de promover a «salvação e independência» de Portugal através da formação de um novo governo. Os membros desta sociedade eram, na sua maioria, militares regressados a Portugal, depois de prestarem serviço no exército Napoleónico, e Maçons, como carismático grão-mestre, general Gomes Freire de Andrade.
A teia revolucionária é descoberta pelas autoridades Portuguesas e Inglesas e os seus responsáveis são severamente julgados, sendo deportados, exilados e, os mais importantes, condenados à morte e executados por enforcamento, o que veio a acontecer ao General Gomes Freire de Andrade, tido como o líder da conspiração...
Após esta descoberta, em Março, sai um Alvará publicado por ordem dos governadores de Lisboa, depois do consentimento do rei D. João VI, proibindo as sociedades secretas, em Portugal, esta medida social integra-se no contexto da política repressiva das autoridades portuguesas e inglesas contra os partidários da mudança para um regime liberal, genuinamente português.
Após quase todo o Sec XIX entre tomadas de poder e varias invasões por parte dos franceses em Agosto de 1897 dá-se a criação da Carbonária Portuguesa por António Augusto Duarte da Luz Almeida. Associação paralela da Maçonaria, esta pretendia ser uma agremiação filantrópica, filosófica, mutualista e apartidária, aquela apontava para a prossecução de objectivos politico-conspirativos. Parece ter sido introduzida em Portugal após a Revolução de 1820, tendo tido grande actividade durante a primeira metade do século, altura em que entra num longo marasmo até ao início da década de 90. Renasce com a indignação nacional subsequente ao Ultimatum Inglês e progressivamente vai-se aproximando dos meios anarquistas e republicanos radicais. Estará por detrás da tentativa de implantação da República em 1908 e dos acontecimentos de 1910.
Entre 1900 e 1906, os vários ministérios enveredaram por caminhos de centralização e repressão do poder. Num total de sete anos e nove meses, as Câmaras mantiveram-se encerradas durante seis anos e três meses. Para além do encerramento das Câmaras, procedeu-se ainda a supressão de jornais, dissolução de câmaras municipais, intervenção violenta das polícias, deportação para as colónias de anarquistas, etc.”,
Realiza-se, em Coimbra, o Congresso do Partido Republicano. No princípio do século, os efeitos da repressão monárquica, por um lado, e as dissidências no seio do partido, por outro, levaram a alguma quebra de actuação no movimento republicano. Desta forma, no Congresso de Coimbra, foram retirados os poderes ao Directório e entregues a três juntas directivas (norte, centro e sul), medida que parece ter animado, de alguma forma, os organismos de base. A agudização dos conflitos sociais, momento propicio à acção da propaganda, irá favorecer ao longo da década o esforço de reorganização do partido.
A 28 Janeiro de 1908, Dá-se a 1ª tentativa de golpe revolucionário para derrubar a Monarquia. A acção repressiva da ditadura provocara uma mudança na definição da estratégia do Partido Republicano. Gradualmente, a linha que defendia a acção revolucionária imediata foi ganhando terreno face a linha mais moderada. Esta redefinição de estratégia leva a aliança com outras forças das quais se destacam aCarbonária, entre os civis, e a Corporação dos Sargentos, entre os militares. Uma denúncia levou a prisão dos principais chefes: Luz de Almeida, Afonso Costa, Egas Moniz, João Chagas, e António José de Almeida, que mantivera Os contactos entre oDirectório do Partido Republicano Português e a organização revolucionária. Privado dos seus principais chefes, o movimento veio para a rua mas foi sufocado pelas forças fiéis ao governo
Fevereiro de 1908, o ano iniciara-se com a prisão indiscriminada de vários chefes republicanos e Maçons(António José de Almeida, Afonso Costa, etc.). A agitação que se ia tornando irreprimível, a ditadura continuava a responder com a repressão.
No Terreiro do Paço o rei D. Carlos e o Príncepe Real são abatidos a tiro.
Lisboa, 1 de Fevereiro de 1908
Os regicidas, Manuel da Silva Buíça e Alfredo Luís da Costa, foram imediatarnente abatidos. Um oficial de ourives, José Sabino Costa, que ia colocar uma carta no correio, foi tido também como regicida e morto por engano.
Os vários tiros disparados no local feriram alguns populares, que tiveram de ser socorridos.
À noite, os cadáveres do Rei e do príncipe foram levados, sob escolta, para o Palácio das Necessidades, onde foram recebidos pelo médico de serviço, D. Tomás de Melo Breyner.
TODOS FALAM MAS...NINGUÉM SABE !
Lisboa, 16 de Março de 1908O regicidio tem dado origem às mais desencontradas versões. O presidente do Conselho de Ministros, Ferreira do Amaral, informa D. Manuel das diligências que as autoridades efectuaram para apuramento dos factos: «Tem-se chamado a depôr sobre o crime de 1 de Fevereiro toda a gente que, em jornais ou conversas, diz saber muita coisa, mas que chega ao interrogatório e responde que repetiram boatos e nada de positivo se apura. Dizem que havia mais do que os dois assassinos mortos metidos no complot; quando se lhes pergunta quem eram nada afirmam, nem sequer a cor do fato dos que a mais diziam existir. Clarissimamente não há dúvida de que não eram só dois; o que facilmente se apura do tiroteio havido, mas também tal tiroteio em parte pode ser atribuído a confusão de uma situação que não era presumível, dados os hábitos dos portugueses. Tudo isto é para Vossa Majestade ficar certo de que se não tem querido encobrir pessoa alguma, como parece que alguém tem interesse ( claro que a Maçonaria tinha todo o interesse) que se diga, uma vez que insinuam em conversas e até em sueltos jornalísticos.
Espalhou-se um boato de que houvera um inglês que dizia a toda a gente que o assassino Buiça tinha num banco em Inglaterra 6000 libras as suas ordens. Pergunta-se quem é esse inglês e ninguém o diz; pergunta-se qual é a figura, estatura ou idade provável desse inglês e ninguém sabe; insta-se para que se diga que sítios frequenta e nada se apura e nada se responde, e o inglês continua a ser um mito, uma razão para um boato, para cansar a polícia em indagações. Chego a persuadir-me que são os próprios assassinos cúmplices que propalam os boatos para desnortear os juizes.»
O regicídio na imprensa estrangeira
Roma, 17 de Novembro de 1909
O jornal Corriere d’Italia escreve um texto sobre os acontecimentos políticos em Portugal, onde se afirma:
«O Buiça e o Costa eram republicanos militantes: trabalhavam nas últimas filas dos revolucionários.
Livres pensadores, pertenciam à sociedade de propaganda donde teram saído todos os criminosos políticos. Homens de acção, pertenciam a uma loja secreta, a ”Montanha”,misto de instituição maçónica e de comité revolucionário, sem local fixo e sem estatutos, que se reúne a um simples convite dos jornais da seita, ninguém sabe aonde e que se compõe de homens capazes de tudo. Tudo deixa crer que o regicidio foi ali deliberado e que, como é costume, os executores foram tirados à sorte, visto que apenas o sorteio explicava a escolha de um dos regicidas, cujo passado se não ilustra com actos de grande coragem individual.
Não se chegou a apurar quem foram os cúmplices da emboscada e, se porventura se tentou esclarecer o caso, acabaram por concluir que era melhor guardar silencio sobre ele.»
Em Março a queda do ministério de João Franco, que não resistiu aos ataques da oposição, por um lado, e as vozes que começavam a responsabilizá-lo pelo regicídio, devido à publicação do Decreto de 31 de Janeiro, por outro. No dia 5 de Fevereiro seguiu para o exílio abrindo caminho á Constituição do ministério de Ferreira do Amaral. O primeiro gabinete da chamada aclamação. O novo ministério libertou os presos políticos, autorizou o regresso dos exilados, reconduziu as câmaras municipais, enfim, anulou as medidas mais contestadas do anterior governo.
5 de Abril, realização de novas eleições. O regicídio, e consecutiva subida ao trono de D. Manuel II, trouxeram consigo a demissão do ministério de João Franco. O governo doAlmirante Ferreira do Amaral era constituído por membros dos partidos tradicionais (regeneradores e progressistas), e alguns independentes. Caracterizou-se, como já referimos, por uma relativa brandura e transigência; o que permitiu o crescimento rápido do movimento republicano que saiu institucionalmente reforçado após as eleições (elegeu 7 deputados). No entanto, as esperanças de que a breve trecho o partido viesse a ascender ao poder por via eleitoral, eram praticamente nulas.
Em Abril é também a realização do 1 Congresso Nacional do Livre Pensamento, emLisboa. Grupo não católico (à semelhança de outros como a Maçonaria, a Junta Liberal, a Associação Propagadora do Registo Civil, fundada em 1895, etc.), que se intitulava sem religião, tinha como objectivo fundamental o combate ao clericalismo, tendência que, como já referimos, se encontrava em franca ascensão.
O Republicano Consiglieri Pedroso é eleito presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa, uma importante instituição científica. O movimento Republicano, para além de politicamente forte, tendia a dominar as mais importantes instituições de cultura, onde aMaçonaria infiltrava todos os seus homens de confiança.
Em Dezembro, dá-se a queda do governo de Ferreira do Amaral. O novo governo assentava numa coligação e era chefiado pelo regenerador dissidente Campos Henrique.
A 24 e 25 Abril," veja-se novamente a coincidençia com datas" , é feito o congresso do Partido Republicano Português realizado em Setúbal onde, pela primeira vez, esteve representada uma organização feminina, a recém criada Liga Republicana da Mulheres Portuguesas. O crescimento da facção que defendia a acção revolucionária era tal, que do congresso saiu um novo Directório a quem foi confiado o mandato imperativo de fazer arevolução. Eram seus membros efectivos Teófilo Braga, Basilio Teles, José Relvas, Eusébio Leão e Cupertino Ribeiro dos reis, os meses que mediaram entre o congresso deSetúbal e a Revolução de 5 Outubro, multiplicaram-se os trabalhos de organizaçao do movimento para evitar que se repetissem os malogros de 1891 e 1908.
Ao Directório foi cometida a tarefa de negociar um comité revolucionário, do qual faziam parte João Chagas, Afonso Costa, António José de Almeida e Cândido dos Reis.
A comissão executiva da Junta Liberal organiza uma manifestação popular que congrega mais de 100 mil pessoas. Organização paramaçónica de propaganda liberal, a Junta foi fundada em 1900 com o objectivo de combater o clericalismo. Tendo à sua frente homens como Miguel Bombarda, António Aurélio da Costa Ferreira, Egas Moniz, Cândido dos Reis, etc., desenvolveu intensa actividade na propagação dos ideais republicanos, liberais e progressistas.
Realização, no Porto, do Congresso do Partido Republicano.
O congresso foi dominado pelo receio de que Inglaterra não aceitasse a implantação da República em Portugal, foi assim eleita uma comissão para sondar as potências europeias sobre a questão.
A 14 de Junho, a Maçonaria decide, em assembleia geral, nomear uma comissão de resistência» encarregada de colaborar de forma mais activa com a Carbonária. Dessa comissão faziam parte, José de Castro, Miguel Bombarda, Machado Santos, Francisco Grandela entre outros. António José de Almeida e Cândido dos Reis são os representantes do Directório republicano.
Então a 4 de Outubro de 1910, os cruzadores S. Rafael e Adamastor bombardeiam o Palácio das Necessidades e o Rossio. A escolha dos primeiros dias de Outubro, nomeadamente o dia, para realizar a revolução dependeu da presença no Tejo de algumas unidades navais, consideradas indispensáveis para o êxito das operações. O sinal para o início das operações, deveria partir exactamente dessas unidades navais, ao qual responderia Artilharia I. Mercê de alguma desarticulação entre os vários intervenientes no processo, o sinal não chegou a ser activado, pelo que, face a informações desmoralizadoras e perante o malogro iminente da acção, Cândido dos Reis suicida-se na madrugada do dia 4 de Outubro.
Perante incertezas e hesitações as forças revoltosas concentraram-se na Rotunda, local onde, durante a manhã, foram chegando inúmeros efectivos civis armados pertencentes a Carbonária e comandados por Machado Santos, bem como militares rebeldes que iam engrossando e moralizando o acampamento. O bombardeamento dos navios estacionados no Tejo ao Palácio das Necessidades e ao Rossio, e o receio de um desembarque em massa, acentuou o desequilibro de forças a favor dos revoltosos. Durante o resto da noite de 4 para 5 de Outubro, as forças monárquicas vão esmorecendo.
Em face do desenrolar dos acontecimentos, o Rei foge para Mafra, embarcando depois na Ericeira em direcção a Gibraltar e a Inglaterra, os contactos entre a Maçonaria Portuguesa e Inglesa
A PRIMEIRA REPÚBLICA, O FILME DOS ACONTECIMENTOS
3 de Outubro de 191020 horas – O Almirante Cândido dos Reis, Afonso Costa, José Relvas, João Chagas, António José de Almeida, Eusébio Leko e outros conjurados republicanos reúnem-se na casa da mãe de Inocêncio Camacho, na Rua da Esperança, 106, 3º.
Foi combinado, de acordo com planos já estabelecidos, que a revolução comecaria a 1 hora da madrugada, com uma salva de 31 tiros disparados de navios de guerra surtos noTejo. As guarnições desembarcariam depois para iniciar em terra a revolta.
24 horas – Os conjurados reúnem-se no balneário de S. Paulo.
4 de Outubro
1 Hora e 20 – Soam tiros. Contaram-nos. Não eram 31. Pânico entre os revolucionários. Seriam os barcos a pedir auxilio ?
– Cândido dos Reis é informado no cais, por um oficial da Armada, de que já havia um regimento na rua, a combater contra civis.
– Afonso Costa, Alfredo Leal e Malva do Vale saem de S. Paulo para Alcantara, para as imediações do quartel de marinheiros que estava previsto revoltar-se. Silêncio no interior. O quartel está cercado por Infantaria 1, Cavalaria 4, Cacadores 2.
– Estão na rua 3000 homens fiéis à monarquia com as baterias a cavalo. Instalaram peças nos sítios altos da cidade: Torel, Graça, Penha, S. Pedro de Alcântara.
– O comissário naval, Machado Santos, com praças da Infantaria 16, de Campo de Ourique, ataca o quartel de Artilharia 1 e apodera-se de algumas peçs.
– O capitão Sá Cardoso, com um pelotão de Infantaria 16, leva uma dessas peças para atacar o Palácio das Necessidades.
– Recontros na Rua Ferreira Borges com a Guarda Municipal. – Macliado Santos, com outra foça de Infantarin 16, ataca a esquadra da polícia no Largo do Rato e arma civis.
5 horas – As forças revoltosas, sob o comando de Machado Santos, descem a Avenida em direcção ao Rossio, são bombardeadas, retrocedem para a Rotunda e fecham as entradas para as Avenidas Fontes e Duque de Loulé.
6 horas – Cândido dos Reis é encontrado morto na Travessa das Freiras, a Arroios.Suicidio.9 horas – Machado Santos só dispõe de 5 peças de artilharia. Comanda 9 sargentos e 200 homens.
Numerosos civis armados acorrem à Rotunda para auxiliar os revoltosos.
12 horas e 30 – Caiem na Rotunda as primeiras granadas das baterias de Queluz, comandadas pelo capitão Paiva Couceiro. As forças leais à monarquia fustigam duramente a Rotunda.
5 de Outubro
6 horas – Fogo dos revoltosos contra as forças do Rossio. De Queluz, as baterias deCouceiro atacam. Começam a desembarcar os marinheiros dos navios de guerra estacionados no Tejo.
8 horas e 30 – O ministro da Alemanha dirige-se à Rotunda para obter um armisticio, a fim de recolher a colónia Alemã. Leva uma bandeira branca de parlamentário, que a população julga ser o sinal da rendição. Grandes manifestações de alegria popular.
josé Relva ao Varandim
11 horas – José Relvas, acompanhado por outros revolucionários, proclama a República de uma janela da Câmara Municipal.
A CHAVE DO EXITO
Lisboa, Outubro de 1910 O rápido sucesso do movimento revolucionário que instaurou a República deve-se, em grande parte, a colaboração da Carbonária, sociedade secreta que actua ligada A Maçonaria.
Como membro dirigente da "Alta Venda ", um dos mais importantes centros daCarbonária, Machado Santos aliciou muitos revolucionários entre praças, sargentos, marinheiros, operários, estudantes, populares em geral.
O plano de acção foi cuidadosamente montado, como revela, em entrevista a A Capital,José Barbosa, um dos membros do Directório do Partido Republicano: «A aperação agregaora representa um esforço extraordinário. Coincidiu com uma fase activissima da Carbonária, que contava no seu seio, por interferência propagandista do engenheiro Silva, soldados, cabos e sargentos de toda a guarnição da capital. Precisávamos, em cada regimento ou em cada navio, de relacionar os oficiais republicanos com as praças aderentes. Procedeu-se cautelosamente a esse serviço, pondo primeiro em contacto um oficial com um sargento e, depois, o sargento com determinado número de cabos e soldados.»
A República por telégrafo
Lisboa, Outubro de 1910A noticia da aclamação da República foi rapidamente transmitida a todo o Pais. Não houve resistência. As populações aderiram entusiasticamente ao movimento de Lisboa,com toda a normalidade. Constituíram-se comissões municipais electivas republicanas locais e iniciou-se a substituição de símbolos do anterior regime. No Barreiro, a Avenida D. Luis Filipe passa a denominar-se Avenida da República e a Rua Conselheiro Serra e Moura passa a ser Rua Almirante Carlos Cândido dos Reis.
No Porto, a aclamação foi triunfal.
O vereador mais antigo, Dr. Nunes da Ponte, leu da varanda central dos Paços do Concelho o texto da proclamação e declarou «perpetuamente abolida a dinastia de Bragança».Segundo noticia o Primeiro de Janeiro, «milhares e milhares de pessoas de todas as classes invadiram as salas da Câmara e foram cumprimentar os vereadores, levando em triunfo alguns sargentos e soldados que se encontravam no meio da multidão.
Foi uma manifestação grandiosa, imponentissima».
A República no outro lado do rio
Lisboa, 5 de Outubro de 1910O plano revolucionário teve fortes apoios na Outra Banda. Segundo Machado Santos, «os republicanos do Barreiro deviam apoderar-se do vapor da carreira, cortar as comunicações com Lisboa e vigiar a beira-mar.
Na Escola de Torpedos, em Vale de Zebro, existiam cerca de 2000 armas e 100 000 cartuchos. Se a revolução não vingasse em Lisboa, a margem sul do Tejo, com o auxilio da Marinha, tornava invencível o movimento.
Setúbal, sob a direcção do Dr. Leão Azedo, com o auxilio da canhoneira, Zaire, devia também proclamar a República».
O projecto foi cumprido. Grupos de civis sabotaram os barcos de passageiros D. Amélia e D. Afonso. As comunicações ficaram interrompidas e Lisboa isolada.
A operação em Vale do Zebro foi mais demorada. Os oficiais e marinheiros só se renderam depois de a Junta Revolucionária do Barreiro ter conseguido fazer atracar o rebocador Vitória ao cruzador revoltoso, S. Gabriel.
Pela telegrafia seguiu a ordem para Vale do Zebro: «Queiram render-se e proclamar a República.»
Os oficiais cederam, finalmente. Os tenentes Stockler e Santos Pato, ligados ao movimento revolucionário, assumiram o comando dos torpedeiros e conduziram-nos paraLisboa, junto dos cruzadores Adamastor e S. Rafael.
12 horas e 30. No Barreiro, o povo ouvia Ricardo y Alberty e João dos Santos Pimenta, membros da Junta Revolucionária local, proclamar a República
È constituido 1º gov provisório presidido por Teófilo Braga ( Maçon ), professor da Universidade de Lisboa. A morte de Miguel Bombarda (assassinado na madrugada e 3 para 4 de Outubro), e de Cândido dos Reis (que se suicidou na noite do diz 5 após a chegada de notícias desmoralizadoras face a forma como decorriam os acontecimentos), e o afastamento de Basilio Teles, desguarneceram as possibilidades de constituição do elenco governativo. A escolha de Teófilo Braga, praticamente protagonizada por Afonso Costa,viria a ser polémica entre os membros do Directório. Reservas e aposições viriam ainda a ser manifestadas pelos membros da Carbonária, a quem nenhuma pasta fora atribuída. Seja como for, em menos de um ano, o governo provisório conseguiu cumprir alguns dos pontos principais do programa republicano, bem como consolidar o novo regime, assegurar a ordem pública interna e alcançar o reconhecimento por parte das potências estrangeiras.
Logo no dia 8 de Outubro, o Governo vulgo a Maçonaria,imitando o Marquês de Pombal,efectua e ordena a Publicação dos decretos que instituem a expulsão dos jesuítas e o encerramento dos conventos. São expulsas de Portugal as ordens religiosas. Sendo a laicização do Estado e da sociedade um dos temas fundamentais da propaganda republicana, aliás, monarquia e clericalismo confundiam-se, não admira que uma das primeiras medidas a ser tomadas tivesse como pano de fundo a questão religiosa
Tentando erradicar com rapidez os vestígios do regime deposto o governo provisório tomou algumas medidas, a saber: abolição do Conselho de Estado e da Câmara dos Pares, demissão de funcionários da Casa Real, abolição de títulos, distinções e direitos de nobreza, adopção de uma nova bandeira e hino nacionais, entre outras medidas de carácter liberal, entretanto contrariadas pelo franquismo.
No dia 10,é criada a Guarda Pretoriana do Governo, a Guarda Républicana mais tarde iria dar origem a
Guarda Nacional Republicana, e extingue a Guarda Republicana de Lisboa e Porto. Ao ser proclamada a República as Forças militarizadas portuguesas consistiam na Guarda Municipal (criada em 1834 e regida pala legislação de 1890), a Guarda Fiscal (regida por decreto de 1901 a 1908) e a Polícia Civil de Lisboa. A GNR, extensiva a todo o país, tinha como funções velar pela segurança pública, policiando povoações, estradas, pontes, vias férreas, linhas telegráficas e telefónicas, etc., arcando com o exclusivismo militar das forças armadas. Foi durante anos a guarda pretoriana do novo regime. Depois de 19I9, e até 1922, a GNR conheceu uma significativa ampliação e capacidade de intervenção na vida pública, Fazendo e desfazendo ministérios e impondo a sua vontade, se necessário, pela força das armas.
26 de Outubro - Decreto que aprova os estatutos da Academia de Ciências de Portugal. Fundada em 1907 por acção de Teófilo Braga, a Academia tentava colmatar alguma quebra de produção científica da Academia de Ciências de Lisboa, bem como um certoelitismo (de outra ordem que não eminentemente científico, em que esta havia caído. Tendo como grande objectivo o progresso e a integração filosófica dos principais ramos da saber humano, a Academia viria a ter o seu Regulamento Geral em 27 de Janeiro de1911. Não tendo correspondido inteiramente ao que dela se esperava, não sobreviveu muito tempo a morte de Teófilo Braga (1924).
1 de Dezembro, Inauguração da Bandeira Nacional Republicana, segundo o modelo deColumbano Bordalo Pinheiro... mais tarde falaremos sobre esta Bandeira e suas cores.
A 22 de Maio de 1911 é criado o decreto que institui o escudo como moeda oficial, em substituição do real. Medida que se insere nas preocupações do governo provisório, em marcar a transição do novo regime com a alteração dos principais símbolos do Estado, por forma a criar uma barreira psicológica que dificulte qualquer “restauração”. O escudodividir-se-ia em cem partes iguais, denominadas centavos. Não se tratava, portanto, de uma reforma monetária, mas somente de uma alteração do processo de conta
Novos símbolos nacionais
Lisboa, 19 de Junho de 1911Foram fixados por decreto a forma e as cores da bandeira portuguesa, verde e vermelha, com as armas nacionais inscritas na esfera armilar
Foram discutidos vários projectos, entre outros, o de Guerra Junqueiro, Delfim Guimarães e Roque Gameiro. As opiniões dividiram-se, favoráveis umas ao projecto deJunqueiro, que ainda mantinha o azul e branco, cores tradicionais da monarquia, favoráveis outras a um simbolo totalmente novo.
A comissão oficial, constituída por Columbano Bordalo Pinheiro, Ladislau Parreira, João Chagas e Abel Almeida Botelho, aprovou o modelo que passa a representar Portugal e a República.
A esfera armilar, «padrão eterno do nosso génio aventureiro», alia-se com o vermelho, cor da luta pelo futuro colectivo em agradecimento pelos serviços prestados pelaCarbonaria.
A primeira bandeira republicana, fabricada na Cordoaria, foi hasteada no Monumento dos Restauradores. A moeda e o hino também mudaram. O real foi substituido pelo escudo e o hino da Carta pela canção patriótica A Portuguesa, com música de Alfredo Keil.
Claro que tudo isto foi feito de forma ritualistica pela Maçonaria Portuguesa, como explicarei no proximo capitulo.
Portugal Maçónico 4
Portugal Maçónico 4
O movimento Republicano sempre foi liderado pela Maçonaria que na sua ganância megalómana pelo poder, instauraram a República tendo usado de homicídios para o fazer.
Quando digo que os Republicanos eram liderados pela Maçonaria, claro que me refiro aos elementos da sua facção mais radical, a Carbonária.
Após a usurpação do poder por base de assassinatos, a Carbonária foi honrada pelos seus crimes ao ver as cores da bandeira tornarem-se, na nova Bandeira de Portugal, irei demonstrar isso no proximo capitulo
Logo no ano seguinte ,1911, a Maçonaria, iria demonstrar ás outras Nações ( a Maçonaria domina a maioria dos Países Ocidentais ) todo o seu poder, em forma de Ritual.
Muitas das cerimonias que países apresentam, apesar das pessoas não compreenderem o que se passa, são formas de Ritual tal como foi demonstrado na Serie Veritas .
A 5 de Outubro de 1911, chegou a Portugal, mais precisamente a Lisboa, de forma simbólica a Deusa da Democracia e da Liberdade, veio anunciada por Hermes, o mensageiro dos Deuses Gregos, trazendo este na Mão, uma tocha, empunhada como naEstatua da Liberdade dos E.U.A.
Vinha sentado, dando excelência a Deusa…vieram num barco que no sentido figurativo, partira da Guerra Civil Americana, passara pela Revolução Francesa, chegando ao nosso país no 1º aniversário da Instauração da República em Portugal, representado num carroalegórico apresentado pela Maçonaria no cortejo que se passeou naquele dia, pelas ruas e avenidas da Capital Portuguesa.
Carro do Comércio- Hermes sentado empunhando a tocha e a Deusa da Liberdade e Democracia de pé
( Arquivo Histórico de isboa )
Naquele carro alegórico, a Deusa da Democracia trazia ainda a aparência daquela Deusa da Democracia e da Liberdade que guiava o povo na Revolução Francesa de Eugene Delacroix.
A Deusa da Liberdade o povo por Eugene Delacroix
O Deus Hermes, o mensageiro dos Deuses Grego, por sua vez empunhava a Tocha, um Símbolo Maçónico Internacional, de forma em tudo semelhante ao modo como a Deusa da Liberdade e da Democracia empunha ainda hoje, a tocha nos E.U.A, naquela que é conhecida como a Estatua da Liberdade - uma oferenda da França àquele país, como podemos constatar nesta foto de 1886,ano em que ela ainda está em Paris a ser construída.
A Estatua da Liberdade em construção em 1886
Portugal Maçónico 5
Portugal Maçónico 5
Ainda nas mesmas comemorações de 1911, a Maçonaria apresentou vários carros alegóricos representando a Globalização.
A globalização era já discutida no Sec XIX , aqui a sua representação faz-se por uma coluna encimada por 1 Globo, como podem reparar, nas paredes laterais do carro pode-se visualizar perfeitamente o Esquadro e o Compasso ,2 dos símbolos maçónicos mais conhecidos e vulgares.
O carro da Maçonaria, 5 Outubro 1911
Arquivo Histórico de Lisboa
Naquele cortejo, outros carros alegóricos foram também apresentados por diversos mecanismos da sociedade portuguesa de então mas em muitos deles, a alusão era sempre a mesma, a Deusa da Democracia que a liberdade Republicana deixava adorar livremente.
A próxima foto mostra o carro dos Correios e dos Telégrafos com a Deusa da Democracia, assim como com uma coluna encimada por um globo, ambos símbolos Maçónicos Internacionais.
Carro dos Correios e dos Telégrafos
Arq Histórico de Lisboa
Esta outra foto, mostra o carro da “ Casa Pia “, com a Deusa da Democracia, o globo e um…Mocho.
O Carro da Casa Pia
Arq Histórico de Lisboa
Antes da chegada da Deusa da Democracia a Portugal, a decoração da Sala Parlamentar daAssembleia da Republica tinha este aspecto, despido de Deuses.
Sala parlamentar da Assembleia da República antes de 1911
Arquivo Histórico de Lisboa
Depois de 5 Outubro de 1911, foram aparecendo várias “ Entidades ” pela sala, incluindo, está claro, a Deusa da Democracia e da Liberdade, situada mesmo por trás da cadeira ocupada pelo Presidente da Assembleia da República.
Esta alteração nada tem a ver com a República mas sim com a tomada, por parte daMaçonaria da primeira instituição Nacional.
A assembleia da República passou desde então a ser um Clube maçónico.
Assembleia da República actualmente Com a Deusa da Liberdade por trás da cadeira do Presidente
Arquivo Histórico de Lisboa
A relação da Maçonaria com a definitiva queda da Monarquia e implementação daRepublica em Portugal, está representada num Painel de Maria Keill, no átrio daBiblioteca Museu República e Resistência.
Situada num bairro operário do principio do Séc XX, construído por Francisco de Almeida Grandela ( Maçon e grande impulsionador da queda da Monarquia e da implementação da República em Portugal, fundador dos armazéns Grandela ) estaBiblioteca Museu dedica-se ao estudo e á investigação da História contemporânea Portuguesa em articulação com Universidades e Associações Culturais
Painel de Maria Keill
One Dollar
A BANDEIRA PORTUGUESA
As cores verde e vermelho utilizadas no painel, não são obra do acaso mas antes, ao invés de uma representação das cores da bandeira Nacional que somos imediatamente e erroneamente levados a deduzir, são uma representação das cores das maiores lojas maçónicas Portuguesas.
O GOL (Grande Oriente Lusitano) e a GLNP ( Grande Loja Nacional Portuguesa)
Bandeira da GLNP
Bandeira do GOL
Bandeira da Carbonária
Hoje esse número é praticamente a totalidade da Assembleia da Republica, partidos políticos, Governo e instituições estatais, desde as governativas até ás mais banais como a Casa Pia, a Casa do Gaiato, Fundações, e santa Casa da Misericórdia e até as financeiras como o Banco de Portugal e bolsa de valores
Portugal Maçónico 6
Portugal Maçónico 6
Para além das cores verde e vermelho destes 3 grupos Maçónicos, as cores que vieram a tornar-se a Bandeira Portuguesa, não podemos deixar de reparar no mote Liberdade, Igualdade Fraternidade igual ao mote da Revolução Francesa que depois da Revolução Americana foi o 2º pais a ser tomado pela Maçonaria e no caso Americano, até a história foi reescrita e o primeiro presidente não foi o primeiro, foi unicamente o primeiro presidente Maçon de uma linhagem que se estende até hoje mas esse mote, também é o mote da Organização das Nações Unidas.
O.N.U
O próprio símbolo da O.N.U mostra-nos o mundo como alvo, um símbolo fácil de reconhecer depois de estarmos familiarizados, pois a O.N.U foi uma instituição criada para o domínio politico/militar mundial, senda a única organização mundial cujo os tratados assinados por um pais, são eternos e não podem ser revogados unilateralmente.
Quem entrou para a O.N.U não sai, excepto se todos os países aceitarem a sua saída, bem como qualquer documento assinado se trata de uma obrigação eterna onde todos os tratados com a O.M.S estão incluídos por serem uma ala da O.N.U.
Voltaremos ao símbolo da O.N.U mais tarde mas ainda há que analisar aquela interessante coroa em torno do Mundo.
As analogias de símbolos que podemos encontrar na Biblioteca Museu Republica e Resistência não ficam por aqui, pois o próprio logótipo da Biblioteca como mostrei, mostra-nos o all-seing-eye, o olho-que-tudo-vê.
Logotipo da Biblioteca
Para além do olho que tudo vê, pudemos notar uma versão disfarçada da estrela de Israelou estrela dos Judeus ou estrela de David formada pelo cruzamento do triângulo amarelo e o triângulo invertido de contorno preto.
Esta representação disfarçada da estrela é muito normal e encontra-se em centenas de símbolos de instituições em particular americanas e até nas notas de Dollar, onde ao destacar esta estrela encontramos a palavra M.A.S.O.N ( Maçon )
Ou ainda no lado oposto nas notas de Dollar por cima da Águia.
As 13 estrelas em cada uma, representa cada um dos 13 estados fundadores dos E.U.A e poderiam ser representadas de diversas formas mas a escolhida, foi a estrela de David, umsímbolo Internacional da Maçonaria, como pode ser comprovado pela seguinte foto do exterior de um Templo Maçónico e presente em Milhares deles por todo o mundo.
Temple square em salt Lake City, Utah USA
Presente também em documentação maçónica como nos links abaixo.
Masoretic text
A escolha de representar as estrelas sob esta forma deve-se unicamente a ser 1 símbolo maçónico incorporado no Selo Oficial de um País, também ele como Portugal guiado pelas forças da Maçonaria, logo não é de estranhar encontrar tal forma geométrica no logótipo da Biblioteca Museu Republica e Resistência, junto com o Olho-que-tudo-vê, quando também este, como já vimos acima é um símbolo utilizado na nota de Dollaramericana para identificar as forças que regem aquela nação.
Por sua vez, a rama de Oliveira que a Águia segura na garra direita poderia ter vindo daPomba de Noé mas na verdade vem também ela de um símbolo Maçónico Internacionalem que são utilizados vários tipos de plantas.
Apesar da Acácia ser por Excelência a planta da maçonaria vamos encontrar esta coroa também ela formada por Ramas de Oliveira, na arquitectura não é raro encontrar esta coroa feita de Ramas de Oliveira , isto leva-nos de volta ao símbolo da O.N.U mas também ao nosso Brasão Nacional.
Muitas revoluções se deram em muitos país, muitas bandeiras mudaram mas normalmente há um regresso á bandeira anterior ou a actualização das bandeiras Nacionais retirando os símbolos reais.
Em Portugal isso não aconteceu, como devia de se esperar que a nossa bandeira perdesse única e exclusivamente a coroa real, recebemos da Maçonaria uma bandeira nova que honra a própria Maçonaria.
Quando seria de esperar que o brasão nacional perdesse ele a coroa real, a maçonaria deu-nos o Brasão que podem ver acima onde ao brasão desprovido da coroa, adicionaramsímbolos maçónicos
Esta é a bandeira do pais que nos foi confiado por nossos antepassados, o país que já foi o centro do mundo, a bandeira que foi temida e respeitada internacionalmente
Ao passo que a Maçónica só tem marcado e acentuado a perda de influencia mundial de Portugal e decadência económica
Numa revolução não Maçónica, a bandeira teria sido simplesmente actualizada sendo-lhe retirado o símbolo real.
Sim, certamente mais singela e sem piada mas não seria tão descaracterizada de uma nação e de um povo como com a radical alteração de suas coresO mesmo teria acontecido ao nosso brasão nacional que não seria o Logótipo maçónico que apresentei nos parágrafos acima mas sim, passaria do brasão nacional real ao brasão nacional sem a coroa.
Com a coroa
sem coroa |
Portugal Maçónico 7
Portugal Maçónico 7
... Continuando a falar do Símbolo Maçónico Internacional ( S.M.I ) a Rama de Oliveira, Acácia ou Boloteira, chamo a atenção para este pormenor na C.M.Lisboa.
Varandim da CML
O que se destaca nestas janelas, é aquela viajada Senhora a que chamam de Liberdade que antes de chegar a Portugal, liderou a Revolução Francesa e que é hoje, um símboloAmericano de Liberdade (Estatua da Liberdade).
As referencias Maçónicas ligadas a construção da Estatua da Liberdade, estão bem documentadas não só pelo seu criador, que era Maçon mas também pela loja Maçónicaque financiou o projecto ( que inicialmente foi feita para figurar no canal do Suez mas foi rejeitada pelo governo local ) mas também pelas inscrições na pedra base da estatua que não deixam margem para duvidas que foi criação e oferta da Maçonaria Francesa.
Só que esta senhora não é a Liberdade…pois esta estatua foi criada para ser uma representação da Deusa Isís e nada mais que isso… seguindo a tradição da adoraçãoMaçónica/ Illuminati aos Deuses do antigo Egipto, nomeadamente, Horus e Isís.
Como Já referi na parte ? antes da instauração da República a 5 de Outubro de 1910, o Selo Oficial Português tinha esta representação.
E como referi também, no lugar de perder a Coroa mantendo o Brasão Nacional, ele foi adornado por diversos símbolos Maçónicos.
Selo Oficial Portugues
Estação barcos Sul e Sueste
As já referidas Ramas de Oliveira, as cores vermelho e verde da Bandeira da Carbonáriadas duas maiores lojas Maçónicas Portuguesas, o GOL e ao GLNP e também a Esfera Armilar que ao contrario do que se diz na infantil explicação da nossa bandeira nacional, não representa o mundo do ponto de vista dos Descobrimentos Portuguesas mas sim por ser um S.M.I que representa a ideia de Globalização e de uma Nova Ordem MundialMaçónica.
O principio simbólico do Selo Oficial Português é, em tudo, igual ao logótipo da O.N.Uuma vez que também este é formado pela coroa de Rama de Oliveira, circundando oglobo, tal como falei no capitulo anterior.Este símbolo, a Rama de Oliveira, é dos símbolos internacionalmente mais utilizados pelaMaçonaria Contemporânea, o qual, sem que o observador saiba bem o porquê, transmite aquilo a que ele se associa, dando um ar de Oficialidade, de seriedade, qualidade e confiança, graças aos valores simbólicos propagados pela ilusão Maçónica nesta sociedade de consumo imediato, para o qual , em muito contribui as referencias católicas a Rama de Oliveira, se bem que a Maçonaria utilize na maioria das vezes, a representação do símbolo da Acácia.
Acácia
A planta símbolo por excelência da Maçonaria
Representa a segurança, a clareza, também a inocência e a pureza, a Acácia foi tida na antiguidade pelos Hebreus como arvore sagrada, daí a sua importância como símboloMaçónico :. Os antigos costumavam simbolizar a virtude e outras qualidade da alma com diversas plantas.
A Acácia é inicialmente o símbolo da verdadeira iniciação para uma vida futura, uma ressurreição para uma vida futura.Salazar e o Estado novo
Após a Maçonaria ter implementado a República, e a seguir a uma dictadura militar,o Prof Oliveira Salazar é nomeado após 3 mandatos como ministro das finanças para presidente do concelho de Estado.
Com a entrada de Salazar e o Estado Novo, muita informação foi e tem sido deturpada ou muito mal explicada.
A história é nos contada da seguinte forma...
Para muitos Republicanos a Revolução de 28 de Maio representara um primeiro passo para a restauração da República.
O movimento não se repercute logo, directamente, na actividade Maçónica, até porque a liderança do regime passa para o General Óscar Carmona (Maçon) que é eleito Presidente da República em Abril de 1928, sendo alguns dos seus chefes Maçons, a Maçonaria teve até 1929 plena " liberdade de acção ", embora se começasse a sentir, gradualmente, o emergir de um aceso e virulento conservadorismo, apoiado pelas forças próximas da Igreja Católica, de há muito adversárias da Maçonaria e dos princípios defendidos pelos franco-maçons.
Em 19 de Janeiro de 1935, na recém-inaugurada Assembleia Nacional, o deputado José Cabral apresenta um projecto de lei proibindo todos os cidadãos portugueses de fazerem pare de associações secretas, sob pena de aplicação de penas várias que vão da pena de prisão ao desterro.
O projecto embora não o especifique dirige-se contra a Maçonaria.
O Grão-mestre General Norton de Matos decide escrever ao presidente da Assembleia Nacional Dr. José Alberto dos Reis, ele próprio Maçom uma carta de protesto convidando a Assembleia da República a não aprovar o projecto.
Em de Fevereiro as forças " discretas " da Maçonaria, logram inverter a senha persecutória das novas autoridades. O projecto de lei que terá o número 2 e recebeparecer favorável da Câmara Corporativa em 27 de Março é votado favoravelmente e por unanimidade em 6 de Abril e a Ordem é banida (Lei nº 1901, de 21 de Maio de 1935"
Como consequência da Lei nº 1901, são emitidas a portaria de 21 de Janeiro de 1937 que dissolve formalmente o Grémio Lusitano ( associação profana que suporta do Grande Oriente) e a Lei nº 1950 que entrega os bens do Grémio Lusitano à Legião Portuguesa.
Muitas insígnias, objectos da colecção e documentos do Grémio são depositados naPolícia de Vigilância e Defesa do Estado (futura PIDE).
Parte significativa dos arquivos Maçónicos seriam colocados a salvo sendo reinstalados após a Revolução de 1974 nas instalações do Grémio Lusitano, devolvidos á Maçonaria Portuguesa com a devolução da liberdade ao povo português.
Mas há aqui qualquer coisa estranha e mal contada no meio disto tudo...
A pergunta que se faz é,...sendo o "" General Óscar Carmona (Maçon) que é eleitoPresidente da República em Abril de 1928 e sendo alguns dos seus chefes Maçons "" e sendo também "" presidente da Assembleia Nacional Dr. José Alberto dos Reis, ele próprio Maçom " como é que surge a ideia de se criar " um projecto de lei proibindo todos os cidadãos portugueses de fazerem pare de associações secretas, sob pena de aplicação de penas várias que vão da pena de prisão ao desterro."...
Algo não faz sentido nisto...
...e não faz porque tal como o Magistrado e investigador da Universidade de Lisboa,Costa Pimenta defende, aos 53 anos, que António Oliveira Salazar era membro da Maçonaria, tal como quase todas as figuras de relevo do Estado Novo.
Para isso, analisou vasta documentação, recorrendo à prova pericial ou científica, para produzir um livro que coloca em questão muitos dos mitos criados em torno da figura deSalazar.
Vale a pena citar um eminente historiador Português e poderoso maçon, o Prof. Oliveira Marques: "A Maçonaria de qualquer país acha-se organizada como um Estado dentro do Estado. Tem a sua Constituição, a sua lei penal, o seu código de costumes, as suas finanças, a sua lei internacional até" Note-se que nada disto se situa no domínio dasteorias da conspiração; na verdade, a Maçonaria faz parte da estrutura interna dos Estados modernos. Especificamente quanto a Portugal, escreve o mesmo Oliveira Marques: "Estudar a Maçonaria do nosso país é o mesmo que estudar a História de Portugal, pelo menos a partir de 1817". Muitos países foram, aliás, fundados por Maçons. O caso mais flagrante é o dos EUA.
Há várias noções de Maçonaria, "A Maçonaria é um sistema militar universal de ensino e de governo do Homem pelo Homem, que tem por base a doutrina de Deus, Pátria e Família". Quanto aos propósitos da Maçonaria, o preâmbulo da Constituição de Berlim, que institui a Alta Maçonaria ou Maçonaria dos Altos Graus, afirma que esta "sociedade tem por objecto a união, a felicidade, o progresso e o bem-estar da família humana". EmPortugal, são conhecidas agremiações Maçónicas desde finais do século XVIII, mas há quem afirme convictamente que o próprio país foi fundado pela Maçonaria, sendo o rei D. Afonso Henriques Maçon templário.
A História regista casos de dupla pertença. Pelo que se tem observado, até se pode ser Cardeal ou Papa e maçon - o papa Pio IX era católico e maçon. Cá em Portugal, o cardeal Saraiva era católico e maçon ... até chegou a Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano.
Admitindo que Salazar tenha sido Maçon, quando é que ocorreu esse afastamento e porquê? Como é que Salazar poderia ter integrado uma organização que acolheu dos mais fervorosos Republicanos e ferozes opositores ao Estado Novo?
Esse afastamento de Salazar relativamente a "Roma" deu-se em 1914, tinha ele 25 anos.
Desde então Salazar jamais se confessou ou comungou. Salazar tornou-se Maçon cerca de 20 antes do advento do Estado Novo, com cuja existência então ninguém sonhava.
O Estado Novo, corporativo, é o Estado maçónico no seu auge.
Todos os presidentes da República, todos os presidentes da Assembleia Nacional, todos os comandantes militares, todos os procuradores-gerais da República, todos os presidentes do Supremo Tribunal de Justiça, todos os presidentes do Supremo Tribunal Administrativos, todos os presidentes do Tribunal da Relação, todos os governadores civis, todos os directores das polícias, todos os directores da RTP eram maçons. AHistória não regista a prisão de nenhum opositor do Estado Novo por ser Maçon. Claro que havia opositores de Salazar que eram Maçons, sendo o mais conhecido o GeneralHumberto Delgado.
Salazar foi iniciado Maçon na Loja Revolta n.º 336, em Coimbra, em 1914, no fim do seu curso de Direito, tendo adoptado o nome simbólico de Pombal. A Loja Revolta, onde se iniciaria também, por exemplo, Vitorino Nemésio, fora fundada por Bissaya Barreto, em1909, e foi a convite dele que Salazar lá foi iniciado. Sem qualquer surpresa, a Loja maçónica Revolta jamais "abateu colunas" (nunca fechou), tendo continuado a sua actividade, serena e ininterruptamente, sem inquietação alguma, durante todo o período da Ditadura e do Estado Novo até hoje.
Salazar apenas fez o que Hitler também fez,ciente do poder que a maçonaria tem dentro dos estados,tratou de aniquilar qualquer tipo de poder que mais cedo ou mais tarde lhe pudesse ser adverso e para se chegar a esta conclusão basta fazer um pequeno exercicioque muitas pessoas deixaram de fazer hoje em dia que é...pensar pla própria cabeça e não aceitar todos os factos que nos querem impingir,como verdades absolutas.
Ora se a Maçonaria tinha feito cair a Monarquia, que tinha poder secular,como não eliminaria, um governante que até foram eles que o levaram ao poder!
Salazar e Franco
Como sublinha Arthur Edwar Waite, a história da Maçonaria no século XX, é em grande parte a história da supressão da Ordem Maçónica nas modernas ditaduras sob Mussolini, Adolf Hitler, sob jugo comunista, e sob Franco em Espanha e Salazar em Portugal...mas todos eles,pertenciam a essas ordens efectivamente.
Para analizarem todo este assunto que rodeia se Salazar era ou não Maçon,aconcelho a leitura ( não muito facil de encontrar por razões óbvias) de...
Salazar o Maçon
Costa Pimenta
Bertrand editora.
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